Como sabem no próximo sábado vou para Letónia. Antes da viagem aos Balcãs, porém, tempo para mais uma mais que certa demonstração de portuguesismo em pleno aeroporto.
De acordo com a minha experiência, posso afirmar com uma grande probabilidade que já tenho um desenho muito bem estruturado da sala de embarque. À nossa moda, mal a hospedeira se dirija para a porta, nem que seja para ver se está trancada ou não, imediatamente se irá gerar uma enorme fila. Ainda estou para descobrir se distribuem ou não comida de borla, ou mesmo se os primeiros vinte passageiros são contemplados com uma visita às cabines. È impressionante o ensardinhamento que se gera naquele momento.
Enquanto isso, eu continuarei sentado esperando pelos últimos lugares da fila. Tranquilamente mostro o passaporte e espero por um lugar qualquer pois, não será excepção, passarei a viagem a dormir.
Na sala de chegada, outra nova agitação. È tempo de se pegar nas malas. Sobre este ponto devo dizer que na minha perspectiva o brio é salutar mas até certo ponto. Não percebo porque motivo havemos de querer ter uma mala bonita. É simplesmente uma mala. Vai de carro para carro até chegar ao hotel ou ao local das acomodações. Desta vez terei de me meter no meio da confusão, porque o frio impõe algo de mais robusto que a minha mãe laranja-choque não pode fornecer. Porque senão continuaria sentado esperando ver, ao longe, uma mala que não escapa ao olhar mais desatento. Um objecto de culto que dá um autêntico pontapé no marasmo castanho que inunda aquela passadeira rolante.