Ter respeito pelos animais é algo de muito bonito. Mas entendo que se deve ter respeito por todos os animais e não apenas por uma parte. Revoltam-me todos aqueles que, fingindo, se deleitam perante o ar afável de um cão sem respeitarem convenientemente todos os seres que habitam neste planeta. Toca a destruir o insecto à vassourada!
No outro dia fui até à varanda e vi um vizinho meu todo atarantado de mata-moscas em punho em pleno combate com um pequeno insecto. Bastaria abrir uma janela e o problema estaria resolvido, mas foi preferível descarregar as suas amarguras num pequeno bich. Se fosse um cãozinho, já se sabe: tão querido, fofinho e pequenino!
Para mim, as regras são simples: desde que não coloquem em causa o meu quotidiano, tudo bem! É claro que se tiver uma invasão de formigas em casa, sou o primeiro a dizimá-las. A Natureza deve ser adequada em meu próprio benefício, e aquilo que pode ser uma afirmação egoísta esbate-se nos olhos da razão.
Todos. Também sou afectado por intrusões de bichos em minha casa, como todo o ser humano. Agora a todo o custo evito matá-los. Entendo que é uma profunda falta de respeito pela vida e um atestado de desconhecimento perante algo que simplesmente veio ali parar, sem qualquer tipo de intenção, até porque não tem capacidades para pensar ou imaginar.
Assim, no caso de não os conseguir devolver à liberdade pela janela, uso uma pequena caixa que tenho em casa para depois os colocar em terra firme, no jardim do prédio sem qualquer possibilidade de me incomodarem mais. Agora acreditem que fico fulo quando reparo na insensibilidade das pessoas em aniquilarem, sem qualquer força maior que os guie em direcção àquele acto. E, se calhar, são essas que levam o cãozinho a passear, supostamente com todo o amor e carinho. Mas porque raio o cão há-de valer mais que o insecto? Até no tratamento com os animais, não há justiça social instalada. E sem terem atenção aos pequenos gestos falam, ratificam, debitam… como se fossem os donos da verdade!