Quinta-feira, 2 de Dezembro de 2010
Memórias dos 30 - O Pesadelo Trabalhos Manuais
Expressão plástica e trabalhos manuais nunca foram o meu forte. Neuroses sim. Sofria na calada por, naquelas duas aulas, saber que não era minimamente razoável. Hoje, mais adulto, por certo que ignoraria as aulas, e aproveitaria o tempo para colocar a leitura em dia, ou então mandar umas tampas para o colega do lado.
Este meu pesadelo reflectia-se no 1º ciclo, e também na preparatória. Posso-vos dizer que até dormia mal na noite anterior. Nos meus primeiros anos lembro-me que pintei um ovo de roxo. Ficou péssimo, e toda a turma olhou perplexa para aquela alarvidade. Cortar cartolinas e montar caixinhas também eram um suplício; guaches, pincéis e plasticinas para o colega do lado. Um verdadeiro zero!
No 2º ciclo, lembro-me que estava no quinto ano, e pediram à turma para fazer um trabalho sobre a água. Tentei desenhar uma torneira? Nada! Depois uma fonte? Menos que zero! Ora bem, nada como ser abstracto, ou pelo menos desenrascado. Falei com a turma toda e propôs-me a fazer as legendas se, em troca, alguns deles me fizessem o dito trabalho. Penso que devo ter tido o meu único “bom” em cadeiras de expressão plástica. A professora deve ter desconfiado.
Nestas disciplinas, tirei sempre positiva por dois motivos: complacência dos professores perante o meu bom aproveitamento noutras cadeiras; acordos secretos com os meus colegas. Foi assim que, por exemplo, escrevi a peça de teatro da escola em troca de um magnífico Pato Donald de barro! Ah, e lembro-me, tirei positiva sempre, mas de uma vez fiz batotice.
Em trabalhos manuais, a soma dos meus parâmetros dava um total de 40 pontos. Nada como um intervalo e um “1” antes do “5” para ter um magnífico “3” na pauta. Querem que vos diga? O professor viu e nem fez caso!