Quarta-feira, 31 de Agosto de 2005
Conclusões de conversas com turistas- Os portugueses não gostam deles próprios
Ontem deu-me na gama e pus-me à conversa com os turistas. Queria aquilatar a opinião deles sobre os portugueses, dado que as palavras deles serão sempre mais neutras e fidedignas, dado que estão a ver como espectadores o nosso teatro do quotidiano. Fiquei estupefacto com algumas das respostas. Primeiro, pela positiva, dado que toda a gente( e falei com espanhois, holandeses, alemaes, hungaros, japonenes, canadianos e americanos)foi consensual ao afirmar que somos um povo simpático e hospitaleiro. Porém, houve um consenso noutro aspecto que me deixou deveras preocupado. "Vocês são muito desleixados, não tem cuidado e não tomam medidas para o espaço público". É notável, eles no fundo não percebem porque nós, tendo um património tão rico, o tão mal tratamos, atirando constantemente lixo para o chão, atravessando a rua ao Deus dará e não termos asseio. Houve uma espanhola que se saiu com um rasgo interessantissimo "Não entendo porque vocês tratam tão bem os turistas e entre vocês passam a vida a discutir".
É assim o tuga. E o pior é que foi unânime. Contudo, houve também uma sub-resposta da parte europeia que me deixou a pensar. "Não percebo porque é que vocês deixam que os outros estejam a gerir o vosso património, como é o caso do vinho do Porto". Intrigante, pensativo e complexo. Minha cara amiga, se bem que a história lhe possa dar a resposta exacta, não deixo de lhe dar uma certa razão.
Mas a jóia das conversas foi mesmo com o meu amigo Sugiyama, de Kobe, no Japão. Peremptório, o jovem nipónico deu uma resposta que me deixou boquiaberto. "Vocês chegaram ao Japão e ensinaram-nos a vossa cultura sem destruir a nossa. Espanto-me ao chegar aqui e ver que não há cuidado nenhum com a vossa casa, que é tão rica em termos de património".
Enfim, numa expressão que costumo utilizar com frequência, os portugueses são self-deprecatories, não gostam deles próprios. Contudo, gostamos muito dos outros e tratamo-los com todos os mimos. A meu ver, será por estes motivos, sobretudo culturais e sociais, que o país não poderá evoluir. Tem que haver uma corrente global de auto-confiança, de modo a que possamos levantar os nossos valores e promover os nossos indivíduos e as nossas coisas. Sim, porque ao fim ao cabo, os portugueses conseguiram ao longo dos séculos, criar um espólio único


publicado por Gil Nunes às 12:39
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Sexta-feira, 26 de Agosto de 2005
A inteligência
Depois de muito pensar, consegui chegar a uma forma de definição de inteligência. Mas antes passei por várias interrogações: será que um arrumador de automóveis poderá alguma vez ter mais potencialidades que um médico galardoado. Se tomarmos em linha de conta que a inteligência advém de factores genéticos é certo que poderemos ter essa conclusão como adquirida. Caso a inteligência seja um processo de assimilação ao longo do tempo, aí poderemos dizer que o desenvolvimento da própria estrutura cerebral poderá levar a um aumento da performance em termos cognitivos.
Seja como for, há áreas em que somos mais capazes e outras menos. Outra coisa que me intriga é esta: será que o conhecimento está espalhado ao longo de todo o cérebro ou está engavetado em alguma parte?
A inteligência pode ou não mesclar-se com a racionalidade. Será que sermos vazios de emoções permite que sejamos considerados inteligentes ou inteligíveis. Noutra esfera, a inteligência numa só área é considerada inteligência a nível global ou apenas um flop mental, quando a verdadeira inteligência será concomitante com a versatilidade e o ecletismo


publicado por Gil Nunes às 17:13
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Quinta-feira, 25 de Agosto de 2005
Scolari sobre Ricardo-um recado subtil
"Esse é um problema entre vocês e o Ricardo e é ele que tem de resolvê-lo convosco." disse Scolari sobre o guarda-redes da selecção nacional, que ultimamente tem tido selecções decepcionantes. Para já toda a gente já sabe que o melhor guarda-redes nacional é Vítor Baía, que não vai à selecção por ter um litígio com a Federação no caso António Oliveira. Depois, um guarda-redes da selecção tem que ser um líder natural, ou seja, tem que se impor. Do meu ponto de vista Ricardo não pode vir para a televisão fazer de choramingas com frases do tipo "os jornalistas tratam-me como se eu não fosse português" ou "só dão valor ao Ricardo no estrangeiro" não são dignas de um grande guarda-redes.
Globalizando, e dando o meu parecer, Ricardo não é guarda-redes para o Sporting e muito menos para a selecção nacional. Tecnicamente é fraco, sai-se mal dos postes, é precipitado a colocar as bolas com as mãos além de ser fraco psicologicamente. Contudo, a nível humano, parece-me ser alguém com carácter e de bons sentimentos. Não chega!
O Sporting tem nas suas fileiras o guarda-redes Nuno Santos, que no ano transacto esteve emprestado ao Penafiel.Àgil, bons reflexos, determinado... seria quanto a mim uma boa aposta e um guarda-redes de excelente futuro para os leões


publicado por Gil Nunes às 22:16
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Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005
Juntas urbanas e Juntas rurais em Gaia
Há uma coisa que julgo estar a escapar em Gaia, sobretudo aos candidatos das Juntas de freguesia urbana. A construção em altura e o estilo de vida citadino provocaram um afastamento de relacionamento entre as pessoas. Assim, os governantes locais não são por vezes conhecidos e a sua voz é praticamente ignorada. Sendo assim, o voto nesses governantes de Junta de Freguesia é muitas vezes feito por arrastamento camarário. Ora, como tendo um partido nessa área citadina uma clara vantagem, por conseguinte os seus presidentes de Junta terão mais hipóteses de ganhar, embora com talvez menos mérito. Nas Juntas rurais, o panorama será mais tradicional, com o autarca de freguesia a ser uma figura micromediática e reconhecida nas ruas. Para bom entendedor estas palavras bastaram e respondi a algumas das perguntas que me tem colocado nestes últimos dias sobre o meu prognóstico para alguns vencedores de Junta de freguesia.


publicado por Gil Nunes às 22:12
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Estilo de vida latino e nórdico- A importância do clima
Considero que o clima é uma factor importantíssimo na definição do estilo de vida das populações e mesmo das culturas. Somos seus reféns, para irmos um pouco mais longe. Os nórdicos,por exemplo, são organizados e meticulosos, tendo a perfeita noção de que o espaço público é de todos. Com isso, perdem em animosidade e em folia, com os seus relacionamentos a serem guiados pela racionalidade.
O latino, por norma, e sei do que falo, são baldas. Por muito que se tente, o verdadeiro latino é pouco rigoroso, desleixado e pouco arrumado. Não tem tacto e aproveita sempre o momento para a galhofa. Contudo, nos relacionamentos é afável, quente e romântico, tendo o coração ao perto da boca.
No meio de tudo isto, o clima. As temperaturas são baixas na Escandinávia, impeditivas de um bom passeio pela noite e obrigatórias de uma adequação de vida rigorosa. Nos países latinos passa-se o contrário. O calor convida à folia, à animação e à maluqueira!
Estudos que se fazem de modo rigoroso ou pensamentos deslavados ao correr de um devaneio. O que importa é que existe mesmo interligação!


publicado por Gil Nunes às 11:29
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Terça-feira, 23 de Agosto de 2005
Grandes Temas- Aquele Inverno
Há sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem
daquele inverno
naquele inferno

Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação
aquela missão

Combater a selva sem saber porquê
e sentir o inferno a matar alguém
e quem regressou
guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão...
sem razão... sem razão...

Há sempre a palavra
a palavra "nação"
os chefes trazem e usam
pra esconder a razão
da sua vontade
aquela verdade

E para eles aquele inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento
naquele tormento

Perguntei ao céu: será sempre assim?
poderá o inverno nunca ter um fim?
não sei responder
só talvez lembrar
o que alguém que voltou a veio contar... recordar...
recordar...
Aquele Inverno


publicado por Gil Nunes às 16:35
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Domingo, 21 de Agosto de 2005
Garfield
A personagem Garfield é qualquer coisa de espectacular. Para já o programa chama-se Garfield & Friends, se bem que raramente vejamos os amigos como protagonistas. Inferiores em termos intelectuais ao gato Garfield, os amigos aparecem com bastante frequência, tentando captar as audiências com peripécias várias de índole secundário. Mas o cerne da questão é mesmo o Garfield. Gato inteligente, a personagem passa o tempo a comer lasanha e a controlar os demais, olhando de cima para os seus amigos que, por não terem as suas potencialidades, nunca chegarão a personagem principal. Contudo, nem sempre tudo corre de feição ao Garfield. Sendo animal doméstico, por vezes comete asneiras constantes e põe a cabeça de todos em desespero. Porém, no último caso, acaba sempre por ser o herói! Sim, porque o enredo da história já foi meticulosamente preparado para qualquer eventualidade, medindo-se os prós e os contras de qualquer atitude. Assim, no final, Garfield sai por mérito próprio sempre em primeiro lugar, porque é um gato guerreiro e mais inteligente que os demais. Tem, por certo, a visão que os outros não tem e que o torna num dos maiores e mais bem sucedidos dos desenhos animados!


publicado por Gil Nunes às 22:56
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Seduções matemáticas
Outro dia tive uma experiência curiosíssima na Praça dos Leões no Porto. Um grupo de estudantes de Matematica estava a estudar uma teoria que dizia que em 60 pessoas escolhidas aleatoriamente 2 fazem anos no mesmo dia.Coloco-me a pensar e não consigo descortinar soluções. Será que é mais um tentáculo da Lei de Murphy e das suas paranormalidades ou será que, nos confins da inteligência, essa teoria pode ter alguma racionalidade? Não atinjo. Mas uma coisa garanto, bate totalmente certo conforme me tiveram ocasião de confirmar


publicado por Gil Nunes às 18:32
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Sábado, 20 de Agosto de 2005
Abertura de cargos públicos a estrangeiros
Esta minha reflexão assenta em dois princípios: o universalismo e a visão virgem e descomprometida que novos dirigentes estrangeiros poderiam ter do nosso país. Como se sabe, o nosso país atravessa um período conturbado, quer a nível financeiro quer a nível de planeamento de bases. E assim, no meio deste pântano organizativo, porque não recorrer a visões de fora que possam solucionar os problemas que os autoctones não conseguem encontrar as respostas? O modelo japones, pais sem recursos naturais, é algo que me fascina. Ao longo dos anos, os niponicos transformaram-se na segunda maior potencia mundial, apostando na formação de quadros superiores e na tecnologia. A Irlanda, aqui a norte, deu passos gigantescos nos últimos dez anos, estando no top da qualidade de vida da União Europeia. Milagres, forças ocultas, nao sabemos... o que é certo é que conseguiram!
Assim seja! Se for necessário ter um ministro chamado John McEwen ou Kimito Tazaka, vamos em frente! À primeira vista não estariam conectados com nenhum partido político o que lhes daria um olhar neutro da realidade. Por certo descobriram que a grande ferida do país assenta nos critérios sociais e só depois nos políticos. E por certo também descobririamos muitas outras coisas que não fazemos ideia. Tomando a janela de Joady(da psicologia) como exemplo e tomando o país como indivíduo, falta analisar o quarto quadrante, ou seja, aquilo que os outros pensam de nós mas que nós não nos apercebemos!


publicado por Gil Nunes às 16:58
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Interrogações e algumas respostas
Hoje coloquei-me mais uma vez a fazer uma introspecção filosófica e deparei-me com várias interrogações. Confrontado com o infinito do universo porque não verificarmos o infinito de nós mesmos. Ora, estupida mas logicamente raciocinando, se temos bactérias que em nós vivem e que interpretam um dia como 80 anos, será que o mesmo não se pode aplicar a nós. Será que no universo podemos ser partículas que envelhecem mas que ao fim ao cabo são pequenos micro-organismos de um mega-ser que apenas gasta 5 minutos? O infinito é algo que me questiono com frequência e na dita pergunta encontro sempre várias respostas. Esta foi uma delas.
Outro aspecto que me pus a pensar é os limites da ciência. A ciência, como sabemos(expressão do senso comum) procura dar respostas às perguntas do dia-a-dia. Ora, e se este pensamento é válido, os acontecimentos para-normais, mesmo fugindo aos tramites científicos, não poderão ser considerados como acontecimentos do dia-a-dia? Assim sendo, e por analogia, chegamos à conclusão que a própria ciência pode ser uma religião, desta vez assente na razão e no método.
Mas eu, sempre o defendi, sou um amante da Natureza. Como tal, acho que esta nos dá todas as respostas. Por exemplo se temos a noção de belo ou de justo é porque estas foram pré-adquiridas, não necessitando de ensinamento por parte de outrém. Assim sendo, a metafísica do ser humano antecede a sua própria existência, concluindo-se portanto que existe algo para além do palpável. Por outro lado, e entusiasmando com as teorias de Platão, é gratificante ver que os termos contrários nunca se misturam. O branco nunca será preto, o silèncio nunca será barulho...e a vida nunca será morte! Interessantes estes pensamentos, sobretudo numa noite que me roubou o sono e me colocou a reflectir intensamente, tal qual o brilho de estrelas que a milhões de anos luz me piscam o olho!


publicado por Gil Nunes às 02:15
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