Domingo, 20 de Abril de 2008
Gliwice, dia 2

Parece saída de um cenário da II Guerra Mundial. Apesar de estar alojado num apartamento de classe média-alta, devo dizer que a urbanização tem um aspecto muito semelhante ao de Vila D' Este. Em Gliwice as casas não estão pintadas e apresentam bastante degradação. Quando a noite cai tudo fica fantasmagórico, pois as luzes são muito escassas e o ambiente torna-se algo sinistro.

Hoje fui às compras ao Carrefour e ao Lidl. Alguns víveres para o resto da semana, sem grande despesa. Depois de almoço uma saída até ao centro da cidade para conhecer as bandas. Fiquei com a noção que, apesar de estar em Vila D' Este, estou ainda num sitio com bastantes condições.

No meio dos predios sinistros, ainda ha espaço para mais restaurantes de luxo. Um mega-jantar no Sphinx pelo módico preço de 5 euros! Posso dizer que estou com o estomâgo cheio e a minha carteira também. Depois, uma girada na praça onde, tudo deserto, apenas espaço deixou para uma cerveja num bar vazio. Aqui, em Gliwice, durante a semana os bares fecham, no máximo, à uma da manhã! Aliás, aqui tudo é mais cedo: o jantar, por exemplo, serve-se às 6 da tarde!

Vou agora descansar para amanhã pelas 07h00 apanhar o comboio para Auschwitz.

 

Até amanhã!

 

PS- Fugee já comprei a tua revista. O título da revista é "Nowy Seat Ibiza Pelen Temperamentum"



publicado por Gil Nunes às 23:14
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Gliwice, dia 1

Parecia que estava a aterrar na lua. O avião descia para Cracóvia e poucas luzes se viam. A aterragem confirmou os anseios iniciais. Um aeroporto muito velho, absolutamente discreto e uma cidade semi-fantasma. A saída do aeroporto, e enquanto iamos em direcção ao centro da cidade, fiquei estupefacto com a ausência de iluminação ao longo de toda a viagem, numa estrada antiga com poucas pessoas na berma.

 

Fomos jantar a um restaurante de luxo da Cracóvia, onde não é permitido consumir bebidas alcoólicas. Apesar de estarmos numa zona muito animada e de ser sábado, a "noite" acaba muito cedo por estas bandas: às duas os estabelecimentos já estão praticamente fechados. Apesar de ser seguro, passear na rua pode ser uma experiência algo incomodativa, sobretudo pelo facto de seres estrangeiro e de estarem sempre a pedir dinheiro. A vida cá parece-me muito acessível. No restaurante de luxo, e muito bem jantado, paguei 6 euros. Na disco, ao todo, gastei mais 3 euros. A cerveja polaca é do pior que pode haver e o mesmo se pode aplicar à cola.

 

O Prozak tem uma entrada relativamente discreta, é certo, mas o seu interior tem uma imensidão de salas para diferentes tipos de música, à semelhança do que acontece com o Plano B no Porto. As discotecas obedecem todas mais ou menos a este estilo e não se cobram entradas.  Posso dizer, só para tirar um pouco a ponta do véu, que o conceito de noite é um pouco diferente daquele que temos em Portugal, sobretudo no que ao engate diz respeito.

 

Depois do Prozak, e com pouco tempo disponível, fomos ao Cien, uma discoteca de Luxo em Cracóvia, frequentado pelas estrelas de televisão, e ao Franctic, muito parecida com o Prozak, mas com mais ambiente.

 

Às 02h00, com a debandada geral, fomos para Gliwice. A viagem é ainda longa, cerca de 250 km, e a cidade é muito mais pequena comparada com Cracóvia. Fico num sítio relativamente isolado, muito industrial.Hoje vou tentar alugar um carro para amanhã visitar Auschwitz, que daqui fica a 70 km. Depois, se tudo correr bem, Praga é o limite (400 km)!



publicado por Gil Nunes às 11:51
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Sexta-feira, 11 de Abril de 2008
A poesia e os zeros das funções afins

 

Considero que a poesia é, de todos os géneros de produção de escrita, aquele que mais difícil é de construir. Entendo que obedece a parâmetros e regras bastante específicas, que têm de comportar no mesmo campo uma certa musicalidade, criatividade e articulação das palavras, num trabalho minucioso. Eu diria mesmo que fazer um bom livro de poesia é equivalente a construir uma catedral, ao contrário de um conto, que se pode construir como um fogacho, como um T1.

 

Naquilo que tenho visto, ultimamente, assiste-se a uma tendência para se tomar a poesia como algo de fácil. Alguns novos autores pensam que por fazerem meia dúzia de rimas se tornam artistas. Depois, ainda por cima, exploram pensamentos de tal forma batidos que mais não caem nas auto-estradas da monotonia. Toda a gente sabe que “o mar dá tranquilidade a quem o vê ao final da tarde”. Gostava eu que, em vez de tranquilidade, o mar visse uma girafa e a partir daí se conseguisse fazer uma relação bela e lógica.

 

Pior que os artistas, só mesmo aqueles que julgam que são artistas. Lembro-me uma vez, trabalhava eu no “Comércio de Gaia”, tive oportunidade de assistir a um lançamento de um livro de poesia. Comecei a desfolha-lo e, de tal forma fraco o achei, que me vim embora imediatamente. As rimas batidas e as ideias absolutamente banais constituíram para mim uma autêntica perda de tempo.

 

Ao pegar num livro de matemática, no meio do chinês que vou lendo, ainda assim sou capaz de identificar os zeros de uma função afim. Será que devo avançar para o doutoramento?

 

Ainda assim, há belos exemplos na língua portuguesa de poesia esplêndida. O “Porto Covo”, por exemplo, consegue apresentar musicalidade, criatividade, história, tranquilidade de tempo e de espaço, isto tudo em poucas palavras. Esqueçam a música do Rui Veloso, procurem a abstracção e desfrutem:

 

 

 

 

 

 

 

Roendo uma laranja na falésia
Olhando um mundo azul à minha frente
Ouvindo um rouxinol na redondeza,
no calmo improviso do poente

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como pratas
E a brisa vai contando velhas lendas
de portos e baías de piratas

Havia um pessegueiro na ilha,
plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem por amor se matou novo,
aqui no lugar de Porto Côvo

A lua já desceu sobre esta paz
e reina sobre todo este luzeiro.
À volta toda a vida se compraz,
enquanto um sargo assa no braseiro

Ao longe a cidadela de um navio
acende-se no mar como um desejo.
Por trás de mim o bafo do estio
devolve-me à lembrança o Alentejo

Havia um pessegueiro na ilha
plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem por amor se matou novo,
aqui no lugar de Porto Côvo

Roendo uma laranja na falésia
olhando à minha frente o azul escuro
podia ser um peixe na maré
nadando sem passado nem futuro

 



publicado por Gil Nunes às 10:25
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Domingo, 6 de Abril de 2008
Hoje em Guimarães
Hoje fui a Guimarães. No Parque da Cidade encaminhei-me para o recinto de jogo mas infelizmente não consegui encontrar os caminhos que me guiassem até aos balneários de forma a obter as fichas de jogo.
Fui até à sede e, após pedir informações a um porteiro, desci umas escadas até à parte traseira do campo. Encaminhava-me eu tranquilamente para o meu destino quando sou interpelado por uma voz:

"Alllllttooooo", gritou um senhor de certa idade, como se eu estivesse a apontar um canhão em direcção à estátua do D. Afonso Henriques.

Mal ele falou, tive imediatamente noção que qualquer explicação lógica da minha parte seria infrutífera, pois o "old timer" teria de ter razão no final. Lembrei-me logo que algumas pessoas gostam do conflito, na maior parte das vezes por se querem sentir úteis, activas e vivas. Penso que este era um desses casos.

Expliquei-lhe, ainda assim, educadamente que era jornalista e que pretendia apenas recolher as fichas de jogo. Mostrei-lhe a minha carteira de jornalista para que não restassem dúvidas.

"Aqui só podem andar as velhas guardas. Você é velha guarda, por acaso?"

O tom levantado da sua voz não me fez irritar. Fitei-o em silêncio, procurando a todo o custo evitar o conflito. Continuou a levantar a voz e eu mais silêncio fazia. Passados alguns momentos, virei costas e comecei a subir as escadas em direcção ao campo. Os altos gritos continuaram até ao grito de desespero:

"Só velhas guardas, está aqui na porta. Você não sabe ler???? Está aqui na porta!"

Alguns jogadores do Vitória, mais o porteiro, vieram ver o que se passava. Continuei tranquilamente não passando cartão à situação. No final duas conclusões. A ausência de conflito pode mesmo levar algumas pessoas ao desespero; o silêncio irrita, fere, mordaça como algo de invisível e imprevisível. Bem aplicado, é uma arma de arremesso não-verbal de poder incalculável

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publicado por Gil Nunes às 01:17
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Sábado, 5 de Abril de 2008
Café Piolho- O Tributo a Abdel Ghany da noite do Porto

Por motivos decorrentes àquilo que costumamos chamar de processo natural de socialização(que aliás faço por prazer) sou muitas vezes obrigado a deslocar-me ao Café Piolho. Sendo um espaço aberto, propicia-se o frio e a falta de comodidade, que se expande na altura de chuva tornando-se insuportável. Naquele espaço amontoam-se as pessoas como se estivessem numa estação de metro, gerando-se por vezes situações de aperto que nos casos mais extremos provocam derrames de cerveja ou encontrões e contactos com substâncias nauseabundas produzidas por sovacos ou camisolas aberrantes.

No entanto, aquele espaço tem sucesso. Chamam-lhe uma espécie de meeting point onde a cerveja e os favaios são baratos. Digamos que a crise também ajuda mas aquele espaço para mim representa um verdadeiro tributo a Abdel Ghany da noite do Porto.

Sim, quando falamos de futebol egípcio vêm-nos à memória nomes como Zidan, Aboutrika ou Hassan Hassan. De história lembramo-nos da pirâmides, dos faraós, das esfinges. Em termos geográficos o Nilo, o Farol de Alexandria ou as avenidas do Cairo. Ninguém, nas suas ligações mentais, vai associar o nome Egipto a Abdel Ghany, ex-jogador do Beira Mar que actuou em Portugal no princípio da década de 90, rubricando boas exibições no meio-campo aveirense, tendo inclusive marcado um golo numa final de Taça de Portugal frente ao F.C.Porto. Mas deste jogador recordo-me eu e poucos que estamos habituados a estudar as enciclopédias do desporto-rei. Não o louvamos porque também não faz sentido!

Tal como o sucesso do Piolho também não encaixa. Se o seu passado é repleto de história sendo mesmo conotado como café histórico da cidade, os novos tempos não trouxeram trunfos como comodidade, musicalidade, espaços articulados e organizados. Em suma, estamos em 2008 e continuamos a louvar o Abdel Ghany como se fosse o único egípcio a actuar fora do seu país! É para verem...o Egipto conquistou a última Taça das Nações Africanas!

 



publicado por Gil Nunes às 01:51
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Sexta-feira, 4 de Abril de 2008
A interpretação meteorológica do outro

Depois de algumas peripécias de viagem e de alguns textos cómicos, regresso às minhas lides de filosofia, que como sabem muito se debruçam sobre a relação entre eu e os outros ou mesmo só entre os outros.

 

Um dos aspectos que mais se fala na vida quotidiana é a importância de conhecer o outro. Já aqui referi, por inúmeras vezes, que a fala nem sempre pode ser encarada como factor essencial de conhecimento do outro, dado poder ser facilmente manietada, algo que nos cinco sentidos já se torna mais complexo. Contudo, o cerne da questão prende-se mesmo com a própria temática de conhecer. Nesta linha de raciocínio, entra em acção outra componente que desbrava um pouco o espelho sobre quem nos rodeia, falamos da capacidade de sabermos como as pessoas pensam e, assim, anteciparmos o seu comportamento antes inclusive do outro equacionar a perspectiva de fazer algo.

 

Se metermos num boião imaginário diversos tiques, atitudes ou intervenções de um determinado individuo podemos quase que desenhar um gráfico mental do seu pensamento, prevendo um comportamento futuro perante as mais variadas situações, tal como fazemos com o estado do tempo. É aqui neste ponto, segundo o que tenho constatado, que o facto de conhecermos o outro nem sempre é vital para adivinharmos a forma como a mesma pensa. Num determinado grupo de pessoas que partilhem um vasto leque semelhante de gostos, cada elemento pode pensar de forma diferente quando entra em situações de conflito, afronta, medo ou alegria.

 

Em termos práticos, esta análise permite uma grande vantagem nas antecipações das acções, o que na rede de defesa pessoal se torna fundamental. Representa, a meu ver, uma espécie de adivinhação científica que nos transporta o cérebro do outro para o nosso, numa espécie de plasma auto-incorporado. E até não é preciso sabermos o seu filme, livro preferido ou viagem de sonho.

 

Presumo que os livros de filosofia já se tenham debruçado sobre este tema. Eu, como só me debrucei por mim mesmo, baptizo-o de "interpretação meteorológica do outro".

 


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publicado por Gil Nunes às 13:00
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2008
Prince e Longines- Ideias de fusão estratégica

Há os artistas e aqueles que pensam que são artistas. No segundo lote moram todos aqueles que pensam que por pintarem o cabelo de cor-de-laranja pensam que transformam, na sua imaginação, beterrabas voadoras em centros de investigação tecnológica. Outros há, que por uma espécie de tômbola do destino, são artistas. Naturalmente. Tal como Prince!

 

Entendo que apesar de obedecer a regras naturais do mundo da música, Prince consegue dar aos seus trabalhos um toque especial que o distinguem como diferente. Penso que o seu grande mérito é o de juntar vários estilos musicais num único trabalho, numa salada que beneficia quem escuta o seu trabalho, saciado pela exigência de diferentes formas de expressão. Em termos de imagem é excêntrico, ultrapassando por algumas vezes a fronteira do socialmente correcto. Contudo, penso que o grande público não se choca, pois sendo artista tem naturalmente um passaporte que lhe dá essa mesma permissão.

 

Um dos meus videoclips preferidos de Prince é “Diamonds and Pearls”. Ao ve-lo no Youtube penso na marca de relógios Longines. Naquele cenário, de demonstração de amor e ternura, os diamantes e as pérolas enquadram-se bem nos propósitos mas segundo o meu ponto de vista falta ali um relógio com estilo e glamour.

 

Os relógios Longines, apesar de não terem uma dimensão planetária(tal como Prince) prezam um desenho extremamente particular, associando na minha perspectiva um clássico estabelecido com as exigências da imagem dos novos tempos. Digamos que os dois elementos temporais se complementam numa receita que produz algo de novo e artístico e que, apesar de não muito difundido, não se afoga no poço da vulgaridade.

 

Era a minha parceria estratégica. Em vez dos spots com André Agassi, uma nova imagem com o artista norte americano, potenciando uma excentricidade peculiar com uma mescla temporal de frutos bem sucedidos.


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publicado por Gil Nunes às 10:57
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2008
Trova do português aeroviajante

Fiquei pela primeira vez traumatizado aos dez anos, altura em que pela primeira vez viajei de avião até Ponta Delgada. Ao aterrar, um sonoro aplauso ao trabalho do piloto, em jeito de agradecimento bem português.

 

Os anos passaram e a dúvida persiste. Acicata-me a alma sempre que estaciono o carro e mais não ouço que o guinchar dos calços a roçar os discos. É discriminatório constatar que, apesar de bem cumprir o meu trabalho, não sou contemplado com um sonoro “clap, clap, clap”.

 

Estar num avião com elementos da nossa nacionalidade é constatar pequenos elementos característicos do nosso portuguesismo. E, com as quinas ao peito, digo-o em trova:

 

-È uma melodia mais brusca no fecho do compartimento das bagagens;

 

-É o canoro “a” após beber uma água fresquinha;

 

-É a longa fila no balcão de embarque que ainda não tem assistentes;

 

-É o acender de cigarros na pista e não saber o porquê da repreensão;

 

-É a conversa ao telemóvel com a sogra que está do outro lado da porta;

 

-É o passar ao lado do portão “Mercadorias a declarar” com olhar de soslaio;

 

- É a azeitona da refeição que o vizinho tem a mais;

 

- É o assertivo “This is my seat” ao passageiro português e depois ver que o lugar é o 37A e não o 27ª;

 

- É a fotografia no telemóvel da janela do avião;

 

- São as palmas na aterragem! As palmas na aterragem!

 

O português bateria palmas caso o avião se despenhasse. Reconheceria, por certo, o esforço do piloto em tentar controlar a máquina. Como se costuma dizer “o que interessam são as intenções”. A culpa seria da falta de manutenção dos aviões por causa do Governo gastar o dinheiro noutras obras absolutamente absurdas. “Já não há respeito. Isto é meio mundo a roubar outro meio”.



publicado por Gil Nunes às 16:38
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