Viajei muito. E não digo isto com qualquer intuito bajulativo, apenas constato um facto que me enche de orgulho. Mas não é do meu gaudio enquanto viajante que hoje vos escrevo. De facto, tendo estado em vários pontos do mundo, tive a oportunidade de apreciar vários tipos de culturas, identidades e camisas.
Sim, já vi vários tipos de camisas. É claro que o vosso primeiro raciocínio é de que eu vi uma camisa fantástica na Estónia ou uma excêntrica na Líbia. SIm, é verdade que posso já ter visto. Mas a questão que se impõe neste momento é esta. Qual a camisa mais azeiteira que eu já vi.
Apenas precisei de ir a Matosinhos. Nem Tallinn, Tripoli, Brasília, New York. A escassos metros daqui, e perante um universo infinito de camisas, houve um artista que arrebatou o troféu perante um juri unânime.
"O Cerveja Biba" reabre amanhã, com a nossa querida Rita Silva como relações públicas. Desejo-lhe todas as felicidades para esta sua nova função, e tenho a certeza que conseguirá capitalizar para este remodelado espaço um bom ambiente, até porque foi com ela que presenciei o prémio "WWS". Juntos, vimos um indivíduo com uma camisa branca. Até aqui tudo bem, não acham? Pois bem, digo-vos só que as costas da camisa tinham uma cabeça de uma águia. Escuso de dizer onde estavam as asas?
Agora imaginem aquele indivíduo a dançar e a deixar na pista as penas ficticias das suas asas, ao som de música latina que existe muito movimento de braços. Uma verdadeira águia Vitória a descer do terceiro anel do Estádio da Luz ao som de Ricky Martin. Não tenho dúvidas, é o vencedor do prémio WWS(World Worst Shirt)
Num dia em que os holofotes dos media estiveram centrados na eventual falência da Qimonda, julgo serem pertinentes algumas observações. Em primeiro lugar, na minha perspectiva, não é do Governo a culpa pelo descalabro agora acontecido mas o executivo liderado por José Sócrates tem culpas no sentido de não ter, ao longo dos anos, arranjado uma força de captação de investimento capaz de suprir as necessidades dos trabalhadores. Não trabalhariam na Qimonda mas por certo arranjariam trabalho noutra grande empresa fixada em Portugal.
Contudo, este meu desígnio vem ao encontro de uma opinião que tenho dos perigos relativos a uma concentração das exportações nacionais em Espanha e na Alemanha. Se o primeiro dos casos acaba por ser inevitável por questões geográficas, o segundo pode ser perigoso pela, a meu ver, inquietação sobressaltada com que os germânicos têm vivido nos últimos tempos. Prevejo, como já aqui disse, uma quebra do poderio alemão e uma ascensão de novos pólos económicos de desenvolvimento. França e Polónia, num futuro imediato, são aqueles países cuja pujança poderá levar a economia portuguesa a bom porto, fruto de políticas acertadas que, no primeiro caso, permitem o saneamento das contas públicas e, no segundo, uma estrondosa e progressiva captação de investimento.
Assim sendo, impõe-se a criação de uma estratégia de diplomacia económica capaz de promover as potencialidades do nosso território nesses países. Entram em cena as energias renováveis, o turismo e a desburocratização do sistema. Pisca-se o olho ao desenvolvimento nórdico e às suas virtudes, não só como "compradores" mas também, e particularmente neste caso, como exemplo a seguir.
De resto, e num plano interno, exige-se consenso e não divergência. Em Espanha, no princípio deste século, Partido Socialista e Partido Popular souberam encetar um diálogo e uma estratégia de consenso para se definirem, sem hiatos futuros, os grandes investimentos necessários ao país. Umas vezes puxando para um lado, outras vezes para o outro, o que é certo é que se conseguiu deixar o orgulho de lado e estabelecer uma plataforma de entendimento que, por si só, representa um rumo.
Logicamente que nem tudo será perfeito após esse entendimento. Existirão aspectos que ficarão por fazer, medidas que poderiam ter sido realizadas de outra forma. Todavia, acho que mais importante que tudo isso é ter um rumo, algo que Portugal carece de sobremaneira. Imaginemos, no tempo dos Descobrimentos, uma falta de rota e de rumo. É certo que poderíamos, para além do Brasil, ter descoberto a Argentina, o Perú e o Chile. Mas se estivessemos no estado em que estamos nem às Berlengas tteríamos chegado!
Post dedicado à Judite, funcionária da Qimonda cujo dia de hoje não deve ter sido fácil
Hoje decidi fazer um pouco de futurologia, incidindo sobre o plano político nacional. A ver vamos se as minhas previsões se concretizam ou não...
21 de Janeiro de 2013. Fruto do empreendedorismo desenvolvido no início do século, a Europa torna definitivamente a leste. É nos corredores de Varsóvia, e na agasalhada agitação de Cracóvia, que se desenha o novo xadrez europeu. E quem fala polaco possui vantagens comparativamente com os demais. Mais para sul, é o surpreendente Chipre quem aproveita a embalagem da União Europeia e, fruto de uma paz conquistada com muito suor e diálogo constante, os seus produtos vão pontificando no xadrez do mercado.
Hoje o dia foi reservado a sauna. Nao porque eu goste de saune ate porque, enquanto jogador do A.C.Gaia, fui confrontado com esta actividade todas as quintas.feiras e sinceramente nunca fui apreciador. Mas, todavia, tambem nao objectei o programa vespertino.
Os relatos dos guias davam conta de uma verdadeira sauna russa, a semelhanca daquelas que evitaram a peste dos seus frequentadores durante o sec.XVII. E, de facto, o edificio fazia crer que a historia nao tinha passado por aquela extremidade de Tallinn> degradado, de cimento velho e esbatido, com um aspecto pouco convidativo.
A entrada a separacao entre homens e mulheres. Eu o Filipe entramos e de imediato um choque tremendo. Uma data de russos mostrados como vieram ao mundo, conversando junto a mesas repletas de peles de peixe. Repugnante, sem duvida, mas pior ficamos quando vimos um deles junto a mesa comendo, nu, um robalo frio e bebendo cerveja Heineken. Confesso que tive vontade de vomitar mas, respirando fundo, la continuei com o programa das festividades.
Logo concordamos que | Em Roma se romano|. Portanto, toca a despir e a ficar como Deus aqui nos colocou. Aquela sauna estava inundada de gente e nos, atonitos, nao sabiamos o que fazer. Mal entrei na sauna o meu primeiro pensamento foi \ as saunas portuguesas sao para maricas|. Um calor insuportavel, de tal forma que eu mal conseguia respirar. La dentro uma data de russos com um leque de eucalipto na mao auto.vergastando.se com uma violencia tal que eu nao sei de que forma nao existiram feridos. So la fiquei dois minutos, altura em que desisti e fui tomar banho. Nem me atrevi a dar uma saltada na piscina de agua fria, pois logo imaginei um tanque de suor la misturado.
Nos balnearios, enquanto me vestia, la continuavam os russos nos bancos comendo, bebendo e rindo como se estivessem num qualquer bar. A saida pensei em nao voltar mais aquele ambiente degradante. Digo.vos, nao sei como as pestes foram evitadas no sec.XVII!
Dinamismo, sensualidade e performance. Nao poderiam haver ingredientes mais acertados para definirem com rigor a capital da Finlandia. Nas ruas, as pessoas movimentam.se com bastante azafama, no meio do turbilhao de centros empresariais que caracterizam uma das joias da Escandinavia. Todavia, o quadro nao ficaria bem descrito sem o contributo da mulher finlandesa.. Sim, existe uma passagem de modelos em cada esquina,que com o seu andar firme e definido concorrem a todos os segundos a Miss Mundo.
Olho para Helsinquia e vejo uma cidade evoluida e civilizada. Durante a visita a Suommenlina fiquei atonito quando nao vi os guardas a confirmarem os bilhetes aos passageiros do barco. Confia.se cegamente na cultura finlandesa, presente tambem no silencio das criancas, na cordialidade para com os mais idosos e na prestabilidade das informacoes fornecidas. Porque o desenvolvimento de um pais nao se mede apenas pelo PIB.
Concretizei o antigo desejo de visitar a Escandinavia e tambem de navegar a bordo do Viking Express. Pena que fui numa epoca baixa e os passageiros eram escassos. Calculo que, noutro periodo, a viagem se teria tornado numa diversao inesquecivel.
Regressados a Tallinn, descubro uma cidade e um pais a trilhar os rumos do desenvolvimento, piscando o olho ao bloco nordico e despregando.se das amarras sovieticas. Aqui, na Estonia, o finlandes e o melhor amigo. Apesar disso, aqui e acola, sentem.se alguns resquicios do dominio de meio seculo da ex. Uniao Sovietica. A independencia parece definitivamente ter valido a pena. No meio da tragedia, todavia, um efeito benefico na mudanca de mentalidades e no encontro com o caminho certo. Atencao mundo...a Estonia promete!
E ao terceiro dia...espectaculo! Deixamos para tras uma Riga vazia e triste, sem grandes motivos de interesse. De facto nao vos posso esconder a minha desilusao, esperava uma cidade mais animada, divertida, onde o tempo passasse mais rapido.
Pois bem, se Riga ficou aquem das expectativas, Tallinn nao deixa margens para duvidas em relacao a sua qualidade. Os locais para visitar sao imensos e a cidade esta devidamente preparada para receber turistas. Aqui respira.se e vive.se como uma grande capital europeia. Na sua palpitacao, a capital estoniana deixa de lado o frio da heranca sovietica e abraca o desenvolvimento nordico. De relance da para perceber que a cidade tem qualidade de vida e o pais se desenvolve.
O dia de hoje fica marcado pela visita a Parnu, uma estancia balnear no coracao do Baltico. Na praia, o espectaculo do gelo funde.se com a paisagem, numa serie de fotografias inesqueciveis
Depois de um curto passeio pela cidade, que repasto inesquecivel aquele que aconteceu no restaurante italiano. Hoje nao havera monday night fever pois amanha bem cedo seguimos para Helsinquia!
A situacao do dia e da minha autoria depois de ter entrado para um Passat alheio por engano. E o que da eu nao perceber nada de carros! O que valeu foi que o estonio nao ficou aborrecido com a situacao!
Para eles sao resquicios sovieticos, mas para nos o perfume da heranca secular comunistar mantem-se bem presente ao alcance de cada esquina. No meio do frio, que ate nem e muito, a Letonia e a face da nostalgia de uma Riga que se mostra vazia nesta altura do ano.
Ainda vai havendo juventude, e certo, mas nao deixa de ser indiscutivel que se trata de um pais de debandadas e nao de terra prometida. Para uma capital europeia as noites tem muita pouca gente, algo que me surpreende quando comparo com a vizinha Polonia. Ainda assim, no alvoroco de umas cervejas Altaris, a animacao vai surgindo a espacos.
Elas dizem que eles tem caro de flamengo. Nao costumo analisar homens mas devo concordar no exemplo. Parecem todos retirados da mesma forma. As mulheres, pelo contrario, parecem trazidas de um suspiro dos deuses. Altas, elegantes, sensuais, sao um verdadeiro desfile de moda a cada gelida esquina.
Amanha parece haver alguma coisa por descobrir. As margens do Dauguva revelam indicios de uma historica rica em paixao e sentimento. Para ja ficam primeiras imagens de um traco arquitectonico comunista, com {Vila D Este} repetida ao expoente da loucura! Acho que nao encontraria melhor forma de vos descrever o que e esta cidade!
A viagem, em si, decorreu sem peripecias de maior. O choro compulsivo de um catraio na viagem para Stansted fez a viagem ter algum interesse, muito embora a ansia de chegada ultrapassasse qualquer colica infantil. Porem, e para quem ja me conhece, nao podia deixar este post sem uma pequena nota humoristica. Desfrutem!
A chegada a Riga, e depois de alugado o carro, Laura lembra.se de fazer uma pergunta extremamente apropriada ao funcionario do rent.a.car
[ Excuse me sir, can we drive with alcohol????!}
Diria que melhor nao poderia haver. O homem, atonito, limitou.se a dizer que as regras tem de ser cumpridas, ainda por cima na Letonia onde a tolerancia e zero para o condutor alcoolizado. Contudo, louve.se a conviccao de quem fez uma pergunta tao pertinente e apropriada!
PS- Desculpem a falta de acentos mas estes teclados sao totalmente diferentes! Escrever este post foi verdadeiramente epico!!!
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