Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
Comer um iogurte sólido é o acto mais hermafrodita da história

 

É daqueles actos que imediatamente me vêm à mente mal penso em algo de amaricado. O gesto de se comer um iogurte sólido é algo que não se coaduna com os padrões mínimos de robustez masculina. Escalpelizando, trata-se de um pequeno copo de plástico com um derivado de leite no seu interior, apanascadamente condimentado com sabores de frutas. E o gesto da colher, no auge da sua delicadeza, é de um profundo limbo de indefinição sexual. Um dia, quando tiver um filho, vou ter de lhe dar a reprimenda:
 
“Que lindo menino, a comer o seu iogurtezinho!!! Faz-te homem, pá, come queijo!”
 
Geralmente ninguém come um iogurte porque tem fome. Come porque há sempre algo de efeminado a fazer durante o dia ou, no caso das mulheres, porque pensam que confere uma elegância especial e dá defesas ao organismo. Para mim os “Bifidus Activus” são uma das maiores ilusões da história. Vejam o caso do Dom Afonso Henriques, que desancou nos mouros e nos espanhóis até mais não e perguntem-lhe se ele alguma vez pegou num iogurte sólido.
 
Mas, voltando às mulheres, todas elas pensam que comer um iogurte fica bem na fotografia. E falo do consumo diário, nem sequer me refiro aqueles anúncios em que aparece uma sujeita toda muito flexível a desfrutar da manhã ao sabor de pedaços de pêssego ou tutti – frutti.
 
Já na sua composição, o iogurte é um ponto intermediário entre o leite e o queijo. Toda a gente que vai do Porto a Lisboa pára em Antuã para fazer um chichizinho e para comer uma sandocha. Na minha opinião, o iogurte nem dignidade tem para ser uma estação de serviço da Mealhada. Porque os leitões apreciam-se, trincham-se e devoram-se à dentada, hoje ou ao longo dos tempos.
 
O iogurte é o alimento mais hermafrodita de todos os tempos. Uma espécie de Caster Semenya que, apesar de vencedor, se coloca em causa a sua feminilidade. É algo que carece de explicação científica, tem testerona a mais.
 
É um “se”, uma “espécie de”, “qualquer coisa como”. Melhor do que eu, Fernando Pessoa refere-se indirectamente ao iogurte nos célebres versos de “Esta Velha Angústia”
 
“Esta velha angustia,
Esta angustia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pasadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.
Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicómio sem manicómio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos.
Estou assim...
Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu tecto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer –
Júpiter, Jeová, a Humanidade –
Qualquer serviria,
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?
Estala, coração de vidro pintado!”
 
 
Neste rol de críticas, escapa, ainda de forma ligeira, o iogurte líquido. Porque é bebível, até dá um certo estilo e pode ser refrescante. Agora contra o sólido não me vou conter. Estala coração de vidro partido! Desaparece sua mistura de Borat e Dolly Parton! Vorskla Poltrava e Qarabag no mesmo Estádio! Vade Retro!


publicado por Gil Nunes às 10:42
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Segunda-feira, 24 de Agosto de 2009
This is England

 

É um filme que nos leva aos limites do extremismo e do nacionalismo. Fica aqui a minha sugestão para um serão bem passado com “This is England”.
 
Shawn, um rapaz de 12 anos dos subúrbios de Londres, leva-se a conviver com um gang de skinheads para se integrar socialmente. A necessidade faz com que adquira os hábitos, os costumes e todos os rituais que fazem parte do quotidiano do grupo. Com algumas pitadas de bom humor, é de registar a magnífica interpretação do jovem actor.
 
Além da questão do nacionalismo exacerbado, “This is England” é uma óptima oportunidade para se reverem alguns momentos históricos, como a Guerra das Malvinas. Muito embora seja uma mensagem passada sob o ponto de vista extremista, penso que é pertinente pensarmos na lógica, ou não, de alguns conflitos bélicos. Morrer por causas, para mim, torna-se secundário quando a vida é sempre superior à causa.
 
Raciocínios e divagações, peço também que atentem na simbologia de algumas personagens secundários como “Milk”, “Smell” ou “Woody”. Acreditem que vão gostar…
 


publicado por Gil Nunes às 12:59
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Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009
Rod Stewart e Zeca Pagodinho

Não é um país cuja musicalidade e "modus vivendis" me façam brotar a alegria do espírito. Mas estive lá um mês e as recordações invadem-me com uma certa regularidade. Do que vi, uma ideia fixa: por muito que o desenvolvimento possa não ser uma miragem, os brasileiros não gostam de trabalhar.

 

Com 15 tive a oportunidade de partilhar um elevador com Rod Stewart. Estavamos instalados no mesmo hotel e o norte - americano era a suposta estrela do espectáculo de final de ano. Naquela altura Stewart deslocava-se até ao palco, instalado na praia, para fazer o seu checksound.

 

É claro que os mais ocidentais, ou os menos "brasileiros se assim os queiramos chamar, não perderam a oportunidade de apreciar de perto os dotes do artista, estando ele ali tão perto. Os autóctones observavam-no na tranquilidade do calor abrasador, dos soutiens desapertados e das ondas insistentes.

 

De súbito, como que calando o checksound, um "Zeca Pagodinho" começa a actuar de improviso num recanto da praia. E foi um "boom". Rabinhos dançantes, braços perdidos por entre um gaudio que caracteriza um Brasil sui-generis e opaca a injecção norte-americana. Brasil!


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publicado por Gil Nunes às 23:24
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Domingo, 9 de Agosto de 2009
Raul Solnado

 

São posts um pouco cruéis, eu tenho noção, mas acho que devo utilizar este espaço para exprimir aquilo que sinto. Malgrado o considerar um enorme vulto da cultura portuguesa, um óptimo actor e uma personalidade de referência em termos humanos, eu não achava grande piada ao trabalho do Raul Solnado.
Hoje, ao assistir às suas exéquias fúnebres(cujo mediatismo considero merecido) não pude deixar de atestar na enorme panóplia de pessoas que apareceram em frente aos microfones a elogiar o trabalho de Solnado. Eu pergunto quantos deles se importaram com ele na altura em que estava vivo e doente? Não quero, contudo, dizer com a frase anterior que não vi testemunhos absolutamente sinceros e verdadeiros. Não tenho dúvidas em definir Raul Solnado como uma personalidade marcante da cultura do nosso país.
Sinceramente, eu não parava o zapping para ver um programa seu. Questões de gosto, estou certo, relacionados com o hiato geracional que existe entre nós. O humor, tal como tudo na vida, muda ao longo dos tempos, o que não acontece com a noção de qualidade. Não sou ninguém para o caracterizar, sei, mas não duvido daqueles que o consideram um grande senhor. Por outro lado também não sou parvo e consigo discernir originalidade e inteligência no seu trabalho.
Hoje não vi Solnado, vi a Volta a Portugal em Bicicleta. Peço desculpa se choco mas prefiro ser verdadeiramente igual a mim mesmo.


publicado por Gil Nunes às 20:27
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Sábado, 8 de Agosto de 2009
Desafio literário

 

Hoje, aqui no blogue, quero fazer um desafio a mim mesmo. Será que escrever uma pequena história com personagens com nomes complicados retira brilho à narrativa? Em frente, ao bom estilo Vasco Granja! E nem sei como começar…
“Chega a uma altura da vida em que toda a gente se começa a dar lindamente. É esse o desígnio dos solteiros tardios, era esse o destino de Chriginsky e Agnieska. Os repletos de fé dizem que por muitas curvas que a vida dê, há-de sempre desembocar numa linha recta. A rotunda, neste caso, chamava-se Wan Min Lung. A amiga de ambos que, um dia, se lembrou de tornar realidade aquilo que a memória do telemóvel já se tinha apercebido há algum tempo.
Era tudo amor de novela. Assim o entendeu Agnieska quando, um dia, descobriu que Hipócrates Benquerença era apenas um produto das suas emoções aturdidas. Estranha essa coisa da emoção. A alegoria do coração saltitante acaba por se tornar baça a partir do momento em que precisamos de um cérebro para tornarmos os nossos sonhos realidade.
Esta, e outras conclusões, já tinha sido demonstrado por Arturos Sapalov. O velho mestre, que distraído de todo o redor descosia os pormenores, raramente falava em público. Mas aqueles ouvidos eram a crua imagem dos nossos tempos. Quanto mais nos aproximamos dos objectos menos os seus contornos saem definidos. Uma nova verdade de Jacques de Chabanne La Palisse. “


publicado por Gil Nunes às 20:27
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Sexta-feira, 7 de Agosto de 2009
A bicicleta de Klodzko

 

Não se preocupem que não estou aqui para falar da Polónia. Calhou de ser em Klodzko, que por acaso também faz parte. Trata-se de uma bonita cidade medieval do oeste, pitorescamente enclausurada num castelo de muralhas muito altas. Faz lembrar aquele filme de animação do elefante que transporta uma flor que tem uma sociedade de pequenos seres a viver dentro dela.
 
Naquela tarde de Março chovia torrencialmente. Ainda bem que não tinha familiares por perto, porque quando começa a chover e estamos perto de alguém todos nos tornámos crianças frágeis e vulneráveis as vicissitudes da pneumonia. Mas o mais importante até que nem era a chuva: corria uma pequena aragem que, sem ser fria, nos trazia um aroma tropical esquecido nos movimentos de rotação da Terra.
 
Por todos os cantos bicicletas encostadas sem receio da mão alheia. Sem dúvida o elemento que faltava para eu desfrutar daquele momento em pleno. Ou cria-lo. Julgo que ninguém pode ser condenado por “semi – roubos”. Em Portugal costumamos simplificar e chamar de “pedir emprestado”.
 
Sem ninguém ver, peguei numa bicicleta e desci a encosta a toda a velocidade. Sempre tinha a desculpa que me tinha enganado mas o verdadeiro dono, naquela altura, devia estar muito longe. De sentidos bem abertos, absorvi toda aquela aragem num momento sublime de descida em que as latitudes se misturaram naquela pequena cidade do interior da Polónia. E o piso escorregadio nem foi problema!
 
Depois subi e voltei a coloca-la no sítio. Ninguém reparou. Absorvendo o resto dos encantos da chuva deliciei-me com fina iguaria italiana enquanto olhava para as revistas de automóveis do Bruno Marques tentando perceber algo.


publicado por Gil Nunes às 12:17
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Quinta-feira, 6 de Agosto de 2009
Problemas de concentração e Cristiano Ronaldo

 

Tenho problemas de concentração. Aliás, melhor dizendo, tenho problemas de concentração camuflados. Mas o mais curioso de toda esta situação é que faço questão de os ter.
 
Reflexão feita na passada segunda – feira quando, durante uma hora, consegui ver um programa de televisão na sua totalidade. Considerei aquilo um feito, dado que é muito difícil conseguir ficar agarrado a um tema durante tanto o tempo sem que me distraia. Em todas as situações da vida que envolva concentração durante um certo período de tempo eu raramente me consigo fixar.
 
Lembro-me de estar na escola, ou mesmo na universidade, a fazer as provas. Era daqueles que respondia às questões todas, nem que fosse para escrever o maior disparate do mundo. Mas às vezes respondia por responder. Fazia muito bem um terço da prova e depois começava a pensar: “Eh pá, não me apetece nada fazer o resto. Vou por aqui duas ou três “charutadas” a ver se cola. Também esta matéria não interessa nem ao Menino – Jesus. E por falar em religião…” e continuava num blá – blá com o meu “eu” interior que pouco se preocupa com as avaliações.
 
Às vezes nas correcções até que sabia a resposta correcta. Mas também a escola, por vezes, é tão chata. Confesso que, por vezes, fazia os testes mesmo com o intuito de escrever o que me viesse na gana. “Os Açores foram descobertos pelos portugueses. Mas se tivessem sido os espanhóis tinha sido em grande. Porque que motivo descobriram as Canárias e não os Açores e a Madeira? O Cristiano Ronaldo hoje jogaria em Espanha e toda uma problemática de transferência por certo não se teria colocado. Bastaríamos ir ao passado e mudar a vontade de um rei!”


publicado por Gil Nunes às 12:25
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Quarta-feira, 5 de Agosto de 2009
Dúvidas Existenciais - A questão da sande de pernil

 

Às vezes considero que Deus desenhou mal o mundo. Vagueio no seio dos meus pensamentos enquanto percorro as ruas da Feira Medieval, em Santa Maria da Feira. Como eu costumo dizer quando estamos realmente com fome qualquer criação da Natureza fica para segundo plano. Assim aconteceu.
 
Apesar da minha alimentação se basear no peixe e nos galináceos, tento-me perante o apelativo pernil que vejo à minha frente, em pleno acto de assadura. Carne tenra, suculenta, que se desfaz na boca de forma amanteigada.  A partir deste momento olfacto e visão entram num autêntico confronto de sentidos. Diabo e anjo. Por um lado o meu apetite diz-me para avançar sem dó nem piedade, até porque a alma de um porco, nas contas da matéria animal, acaba por ser equivalente a de qualquer micróbio pisado nas nossas caminhadas. Por outro uma cortina de sentimento corrói – me o espírito: um pecaminoso cadáver exibido na corrente de uma rua suja de inconscientes gargalhadas.
 
Foi uma batalha sem vencedor. Aliás como deveriam ser todas, pois devemos banir a guerra. Em prol da paz fiquei a ver o Sporting na televisão. Com cerveja, caldo verde e amendoins, alimentos que não são crucificados em praças perante o incauto juízo dos passantes. Como eu costumo dizer quando estamos realmente com vontade de ver futebol a fome e as criações da Natureza ficam para segundo plano.


publicado por Gil Nunes às 17:04
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Terça-feira, 4 de Agosto de 2009
A Casa de Banho de Lagares

 

Em Lagares existe uma casa. Em Lagares existe uma casa –de – banho. Fica à entrada da sala e é tão discreta que, no meio da escuridão distraída, até que poderia passar despercebida. É pequenina mas muito acolhedora e não poderia ter uma banheira. Estragam o ambiente com o seu gigantesco ancoradouro de acrílico. Ali não ficariam bem na fotografia.
 
Em Lagares existe uma casa – de – banho. Em Lagares vivem os “Rema”. Porque muito que os “Rema” vivam na casa de Lagares nunca vão conseguir atingir o nível de proximidade que eu alcancei. Lá vivi momentos de excentricidade alcoólica, algo que até não é muito normal no meu espectro controlado. Aquela casa – de –banho já me aturou infecções na bexiga que me fizeram urinar com frequência. Mas, na altura, não disse a ninguém. Ficou só entre nós os dois.
 
Em Lagares existe uma casa – de –banho. Em Lagares vivem os “Rema”. Eu acho que se um dia os “Rema” venderem a casa eu vou pedir uma percentagem pela casa – de – banho. Naquele lavatório deslizei as minhas mãos eliminando todos os vestígios de sujidade. No chão deslizante enfrentei os perigos do tombo. Tudo se envolve num universo mágico que, de um certo modo, se desconexa daquela localidade em direcção a Gaia.
 
Em Lagares existe uma casa – de – banho. Em Lagares vivem os “Rema”. A eles lhes deixo a minha casa – de – banho gaiense. É grande, espaçosa e perfumada. Deles recebo o meu cantinho perdido na imensidão rural do concelho de Penafiel. Um dia, estou certo, eu e uma princesa ainda a tornaremos mais especial!


publicado por Gil Nunes às 13:08
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