Às vezes é saudável estar de trombas. E discutir com alguém só pelo simples prazer de quem quer discutir. Fogo que arde sem se ver. Sem malícia mas com alguma paprika na ponta da língua. É por isso que as acções de coaching, de motivação, ou como lhe queiram chamar não resultam em mim.
Vamos ter um dia fantástico. Hoje é o teu dia, a tua tarde, o momento em que serás melhor que todos os outros. Garanto que da última vez que ouvi um fulano dizer isto só me apeteceu fazer tudo ao contrário. Só para o contrariar. Digamos que é a minha mente a reagir a estas intempéries verbais. Sim, vamos conseguir! Somos uma equipa e todos somos fundamentais para o seu êxito. As vossas qualidades são as minhas, também sinto os vossos fracassos. Vamos lutar!
A psicologia um dia vai estudar-me. É como se entrassem pelos meus ouvidos e fossem reencaminhados para uma roldana. Rss, tudo ao contrário! Por que não motivam as pessoas de outra forma? “Bem, olhe, se fizer o que lhe compete tem mais tempo livre para estar com os seus amigos. Conhecer novas pessoas, está a ver? Jogar futebol na praia, caminhar, ver televisão, ir ao cinema. E ainda lhe damos algum dinheiro extra, o que lhe parece?” E aí respondo eu “Nem pensar, estou aqui para lutar pelo êxito da equipa.” Enquanto toda a vida, e os seus propósitos, passam ao lado do meu manifesto pró-laboral, de amor à camisola, sou dado como exemplo. Por outro lado, quando se goza a vida, somos libertinos.
E apetece-me comer pizza, estar no sofá a fazer zapping a ver se descubro algum documentário interessante. Hoje não é o meu dia, mas é um daqueles dias. Levanta-te e anda! Vem junto de nós atirar um frisbie e ve-lo deslizar na verde relva enquanto entoamos cânticos. Não, não me parece. Acabei de accionar o artigo 121º que prevê o direito à nóia!
Pessoas diferentes, motivações diferentes. Isto funciona tão bem no racismo. No fundo, I ‘ m the master o f my domain!