Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010
A discrimição da testa, o Madagáscar do corpo humano

A testa é uma das partes mais importantes do nosso corpo. Se repararem bem, a história da humanidade não poderia ter sido escrita sem o contributo de testas e testas que, paulatinamente, deram corpo ao sonho de muitos de construir um mundo melhor. Todos os reis de Portugal tinham testas. Por exemplo, a testa do Dom Afonso Henriques é bastante proeminente, o que por certo produziu no subconsciente mouro um fluxo de descrença e consequente derrota. O Barack Obama, por exemplo, tem uma testa bastante geométrica, que o leva a ser ponderado em decisões complicada. Não sou especialista em “testologia” mas tenho a certeza que boa parte do estado do Iowa se deixou seduzir pelo carácter afirmativo da testa do mulato havaiano.

A testa é discriminada. Vejam quando estamos a aprender uma língua estrangeira. Como é que se diz olhos? E nariz? E boca? Até sobrancelhas já me perguntaram. E pestanas. De testas ninguém fala. Basta pegar na fita métrica e constatar que é uma das partes que mais superfície ocupa na nossa face. Considero a testa uma espécie de Madagáscar do corpo humano. Cada vez que pego num planisfério lá está aquela ilha, majestosa, ao largo do Índico. Toda a gente dá por ela. No entanto, ninguém pergunta. Até vem um daqueles miúdos mais cromos, com as suas lunetas quadradas, e diz: “Sra. Professora não é aqui que fica Moçambique? A capital é Maputo, antiga Lourenço Marques!!!”
Entendo que a expansão das repas foi uma das principais responsáveis pela queda do culto da testa em Portugal. A moda do cabelo para trás, ou mesmo para o ar, já lá vai. O que fica bem é levar com um pára-brisas na testa. Depois é colocar em prospectos de cabeleireiros, com umas pernocas apetecíveis, e estragar com umas repas vincadas que quase atropelam os olhos. O português, por exemplo, tem uma repa agressiva, tocada pelo vento, que lhe dá um certo encanto. Ai, Maria Albertina, eu sei que a tua testa não é um espanto mas é cá da terra e… tem muito encanto. Maria Albertina como foste nessa de por repas à tua menina???
No meu caso particular, dado ter o cabelo rapado, tenho uma grande preocupação em que a  minha calvície induzida não retire todo o brilho celestial da minha testa. Digamos que me considero uma espécie de Luís Figo careca, em que o cabelo da frente é esticado com vigor. É por isso, meus amigos, que uns se casam com a Helen Svedin e outros não!


publicado por Gil Nunes às 12:13
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