Decorria o ano de 1994 quando visitei Brasília. Da minha viagem ao Brasil fez parte uma pequena incursão pela capital, numa cidade que eu considerei acima de tudo tranquila.
Um pouco em contraponto com a paisagem solarenga e tentadora das terras de Vera Cruz, a cidade de Brasília reserva-nos um panorama de betão e cimento construído em cima de uma terra inóspita. Na capital, as pessoas parecem ser mais ordeiras, amenas, com uma dimensão de palavras que transcende o “bate-papo” tradicional de outras paragens.
Nas paredes, como que a decorando, as lembranças de Kubicek dão o toque presidencialista a um local repleto de diplomacia e organização. Ouvem-se menos buzinadelas, os espaços verdes conservam o chilrear dos pássaros. Neste oásis no deserto, em que o homem para o vago trouxe cada mordida de tijolo, o sol despede-se com um leve acenar…como que debicando uma picanha no braseiro.
Em Brasília o tempo conta-se. Há minutos, segundos, azáfama controlada em universos de circulação luminosa. Existe um europeísmo cosmopolita a brilhar mais que um sol que pede água de coco, batucadas e samba.