Entendo que a maior parte das acções que tomamos ou pensamos são reflexo da cultura em que estamos inseridos. Noutros pontos do planeta, por exemplo, ser poligámico ou endeusar porcos ou vacas é perfeitamente normal. Este raciocínio estende-se, na minha óptica, à religião e ao culto, sendo eu um apologista dos valores e das acções positivas(pré-estabelecidas) em detrimento do clubismo religioso.
Na passada sexta-feira recebi a visita de dois pastores da Igreja de Jesus Cristo e dos Santos dos Últimos Dias, vulgo Mórmones. Tranquilamente, ouvi o que tinham para me dizer e ripostei na argumentação, esclarecendo a minha perspectiva de forma bem vincada. Falaram-me de uma nova forma de se chegar a Deus, assente numa dimensão diferente em que cada um faz a sua própria representação e se louvam os valores de família. A exposição soou-me a repetitivo, até porque já os tinha visitado há cerca de três anos a esta parte, na sua Igreja situada em Canidelo. Entendo que o seu trabalho deve ser respeitado e valorizado, até porque deve ser necessária uma paciência infinita para se ter um estilo de vida do género. Aprecio a forma como efectuam as pesquisas sobre os nossos antepassados, na minha óptica uma excelente maneira de nos conhecermos melhor.
No final da exposição lá me entregaram um livro fazendo-me prometer que ia ler e orar. Não prometi nada, é certo, mas recolhi o livro e guardei-o, lendo algumas partes por curiosidade. Assim acontecera há cerca de um ano, quando recebi a visita de Testemunhas de Jeová. O procedimento foi exactamente o mesmo, pedindo-me as senhoras o favor de ler um pequeno panfleto. Posteriormente escreveram-me cartas a pedir feed-back á abordagem, mas não mais dei sinal de vida.
Assim procedi com os pastores que hoje me visitaram novamente. Atendi-os mas pedi que me deixassem em paz. Admiro a sua persistência mas acho que devem tentar ajudar, religiosamente ou não, quem de momento estiver perdido, sozinho, doente ou desacompanhado. Não eu. De principio, foi verdade, fiquei com o peso na consciência de os ter despachado. Reflectindo melhor, e apesar da frieza, penso ter tido a atitude correcta.
Com isto quero dizer que mais do que qualquer cultura ou ideologia, os valores são sempre o mais importante farol de acção. Espero que os dois pastores consigam não transmitir a mensagem mas sim encontrar e fazer novos amigos, num contacto de benefício recíproco. Porque entendo que a vida não deve ser levada com privações, a bem de todos!