Li uma vez que a maior parte das pessoas pensa nas coisas em linha recta. Nesta definição os opostos tendem a afastar-se, com as extremidades a não terem pontos em comum umas com as outras.
Eu acho que em certas circunstâncias o pensamento circular é o mais adequado. È a tal questão da direcção e do sentido: a direcção até que pode ser a mesma mas o sentido pode ditar opiniões contrárias. O que determina o diferente sentido é a questão da premissa inicial.
Penso nestes aspectos enquanto observo o debate entre Manuela Ferreira Leite e Francisco Louçã. Enquanto que a líder do PSD ressalva o estatuto de família, o bloquista responde com a importância da liberdade acima de todos os valores; Manuela Ferreira Leite argumenta que a conjugação do privado com o sector público é a chave da saúde; Louça diz que não, só o público dá garantias de alta qualidade e combate à especulação médica; e por aí adiante…
Tão diferentes, tão iguais. Gostaria de estabelecer este exemplo com Paulo Portas, pois seria o mais adequado. Uma simples premissa inicial que faz com que todo o pensamento sincronizado posterior se espalhe em sentidos opostos.
Ou seja:
Para a esquerda política:
“Todo o homem é bom por natureza. As instituições que o rodeiam corrompem-no”
Para a direita política:
“O homem é imperfeito. As instituições servem para a sociedade se ordenar”
Faz-me lembrar aquele filme em que se mudássemos um episódio da nossa vida tudo ficaria diferente. De facto é um pouco assim. Seja como for, este raciocínio vem na minha linha de pensamento que são as pessoas que definem o sistema política acima dos governantes. Todos queremos uma sociedade mais justa, mais equilibrada e mais sensata. Optamos é por caminhos diferentes. No meu caso opto pela premissa de direita, a história ainda não me convenceu do contrário.
Regueifa do Irão – novamente todos os dias, aceitam-se sugestões de temas.