Não me conformo com o actual estado da democracia. Ou se quiserem com o próprio conceito de democracia. Acho que é algo de muito incompleto, que não se encaixa nas características deste país e das pessoas em particular.
Votar é algo de extrema responsabilidade. Confere ao votante a possibilidade de escolher um determinado projecto político para gerir a vida de um determinado conjunto de pessoas. É um pensamento digno, registe-se. Mas ao mesmo tempo extremamente irresponsável. Será que toda a gente que vota sabe o que está a fazer?
Eu julgo que não e indicadores como o facto da revista “Maria” ser a mais lida em Portugal reforçam o meu argumento. Faço entrevistas de rua, contacto com as pessoas. A maior parte delas não sabe definir os princípios do comunismo, do liberalismo, da economia de mercado. Mas exercem o seu direito de voto, tal e qual como outra devidamente especializada no assunto.
Extremista? Não me considero. Porque ao definir habilitações a uns no acto do voto estou a ajudar todos aqueles não estão preparados. Sem lhes tirar o chão dos pés. Dando-lhes novas oportunidades de se formarem e adquirirem competências. Eu defendo a justificação do voto.
Um pequeno teste de ciência política, algo de muito simples mas que possa dar um real direito ao votante. Um escrutínio obrigatório em que a participação de todos pode de facto ajudar a comunidade. Uma medida feita em prol daqueles que não entendem o fenómeno e que assim podem ser ajudados para que também eles, no futuro, possam participar na hora da decisão.
A esta medida acrescento a nomeação de governantes estrangeiros. Com os portugueses a não darem respostas válidas, e ainda por cima a decidirem sobre o espectro emotivo, porque não chamar políticos com provas dadas noutros países para aqui virem replicar o seu modelo de desenvolvimento? Penso que seria uma medida sensata, com pernas para andar, e que contribuiria por certo para uma troca de experiências benéficas entre todos. Ao contrário do que possa parecer, penso que seria mesmo um grande reforço do nacionalismo. Ao fim ao cabo, somos do tamanho dos que nos rodeiam!