Para além do ruído estaladiço incomodativo, o consumo de pipocas no cinema representa um verdadeiro hino ao colesterol. No fundo, mescla-se um momento supostamente romântico e de partilha que é acto de ser um filme com uma injecção de má alimentação que põe os cabelos em pé de qualquer nutricionista.
Finda esta introdução, debruço-me sobre a questão mais pertinente. Não sendo um “aficcionado” do fenómeno pipoquístico, urgem as alternativas para uma alimentação mais saborosa e que se interligue com todo o conceito que o cinema pretende introduzir com as pipocas.
A minha primeira ideia foi a de substituir as pipocas pelos flocos de chocolates, mais conhecidos como “chocapic”. Mas daria uma grande javardice porque o “chocapic” precisa de leite para se tornar comestível (tirando pessoas como a Pilar que os comem simples) e a presença de crianças e adultos irresponsáveis nas salas podia desencadear nuns casacos sarapintados. Todavia, se vivêssemos numa sociedade totalmente civilizada, a ideia seria perfeitamente fiável e exequível.
Sou daqueles que acha que a sociedade é imperfeita pelo que a solução tem de ser moldada. Há uns anos, e não sei se a ideia ainda está à venda, a Nesquik lançou um iogurte em que, num dos lados da embalagem, vinham alguns flocos de “Nesquik Cereais”.
Os iogurtes, ligeiramente azedos mas saborosos, podiam ser trabalhados e adaptados às necessidades do cinema. Ou seja, se a sua digestão rápida pode ser um problema – não se coaduna com a duração do filme – o seu sabor, bem como o carácter mais nutritivo, podem ser uma eficaz alternativa à habitual pipoca.