Há uma tendência exacerbada da sociedade portuguesa para usar fato e gravata. Dizem que dá um ar muito profissional, um aspecto muito formal. Para mim a verdade é só uma. O fato e gravata não aumentam o Q.I de ninguém.
No outro dia vi uma cerimónia qualquer da PT na televisão. Estava tudo tão engravatado que eu, se fosse extraterrestre, pensaria ter entrado no balneário de um clube de futebol. Nascemos com noções do bem e do mal. Do justo e do injusto. Do doce e do amargo. Mas não do bem vestido profissionalmente e do farrapo ambulante. São diferenças justas, é certo, até porque falamos de extremos.
Aqueles tipos de fato e gravata fazem-me lembrar os juízes do século passado. Diziam, na época, que aquela cabeleireira carnavalesca era sinal de respeito. De distinção. De pompa e circunstância. Se virem bem, nos filmes, há uma grande diferença no nível de indumentária dos réus e dos juízes. Ainda se os réus estivessem de smoking ainda estava como o outro. Mas não. Parece que saíram duma fossa. Basta os juízes aparecerem de pijama para a coisa já estar composta.
O José Saramago – de quem eu não sou adepto – dizia sobre a Bíblia que não vi lá metáforas nenhumas. Segundo ele limita-se a ler o que lá está. Ora aí está, finalmente aquele tipo disse alguma coisa acertada. É o que eu entendo em relação ao fato e gravata. Eu não acho que seja sinónimo seja do que for. Simplesmente limito-me a ver o que lá está.
Um tipo que fica muito mal de fato e gravata é o Zeinal Bava. Aliás, fará parte do rol de um dos futuros posts, sobre o facto da inteligência, para mim, existir em círculos. O muito inteligente pode estar mesmo ao lado do extremamente estúpido. Sim, porque viver é sentir. Mas aquele tipo ainda por cima tem o irritante tique de puxar o peito para a frente o que, sinceramente, lhe dá um ar de “Professor Pardal” e não de Mr. Vice – Presidente da PT. Aquele tipo não tem um assessor de imagem?