"Vou tomar o meu solzinho esperto". Nunca fui grande fã de novelas brasileiras, mas esta personagem ficou-me na memória. Tinha praí 10 anos e assistia a uma das muitas exibições de novela brasileira que a televisão transmitia. Esta personagem mostrava um velho supostamente doente, protegido pela família de uma forma extremamente atenciosa. No entanto, tudo não passava de uma farsa para após o almoço, o nosso Tabaquinho(assim se chamava) ir para a praia engatar miúdas, bem ao estilo do nosso Zezé Camarinha. Ao sair, dizia sempre a frase "Vou tomar o meu solzinho esperto".
Hoje, influenciado por esta herança televisiva, por muitas vezes utilizo a expressão se bem que os meus receptores não entendam o porque de eu a dizer em brasileiro.
No domingo fui ver o Batman. Gosto da personagem não só pela sua carga heróica como também pela própria familiaridade que sinto com o animal por ela representada. Quando era pequeno gostava de os observar, pois na casa da minha vizinha existiam muitos. Com armas de pressão, ou dardos, às vezes tentava alveja-los, na maior parte das vezes sem êxito. Confesso que é um animal do qual nunca senti repugnância, sentimento que sei não é comungado pela maioria das pessoas.
Prémio Nacional Cidade de Gaia 2008
Excelência de marca, consagração de exemplos
Quando o século XXI chegou adiantado...
É a terra natal de Jimi Hendrix, o lendário guitarrista norte-americano. Localizada no estado de Washington, a cidade de Seattle soube fazer escolhas inteligentes que hoje a posicionam como um centro mundial de referência ao nível da indústria aeroespacial, sabendo captar investimento que se difunde por todo o planeta- é o caso da fábrica da Boeing. A cidade soube também aproveitar a sua localização geográfica, com o porto a fazer importantes conexões turísticas e comerciais com o Alasca, Oceano Pacífico e Canadá.
Se há cidades e regiões que se desenvolvem, outras há que se estagnam e emperram o seu processo de consolidação. É o caso de Cleveland ou Detroit mas não é, nem será certamente, o caso de Gaia. "Conseguimos galgar patamares, trouxemos um século XXI adiantado ao nível cultural, social e de infra-estruturas", salientou o Presidente da Câmara Municipal, indo de encontro a um novo paradigma de desenvolvimento mais centrado na pró-actividade e resultados das cidades e regiões e menos dependente da velocidade do país.
Em cerimónia realizada nos claustros do Mosteiro da Serra do Pilar, os exemplos de excelência estão mesmo ali ao lado. Para termos noção da pujança de desenvolvimento, basta atentarmos nos 1,5 mil milhões de euros de carácter público e privado que estão neste momento a rolar, com epicentro no Centro Histórico, uma zona que no próximo ano terá um aspecto bastante diferente àquele que hoje reconhecemos. Neste "pequeno círculo" pontificarão quatro hotéis de top mundial e um maciço investimento imobiliário de altíssima qualidade, isto para não falarmos da instalação da Escola Superior de Tecnologias de Saúde, do Virgin Active, ou das importantes vias de comunicação que permitem rápidas ligações internas e escoamento para fora do concelho.
E, tal como em Seattle se aproveitaram os recursos naturais da baía de St. Elliott, também em Gaia se pretende seguir o mesmo caminho. A futura marina de Canidelo/Afurada será a maior da recta litoral compreendida entre A Corunha e Lisboa, representando novas oportunidades profissionais para os autóctones bem como um novo dínamo de captação de investimento e pessoas, numa "modus vivendis" interligado com toda a dinâmica presentes noutros pontos de concelho. "E os nossos parques empresariais, ao nível do melhor do país, já estão todos vendidos", ilustrou o edil durante a sua intervenção, complementando com os propósitos de um trabalho assente na máxima "da cultura do fazer em detrimento da cultura do parecer".
Referências que o país bem precisa
Se anglofalantes fôssemos, o termo "self-deprecatory" definiria com exactidão toda a capacidade que o nosso povo tem de constantemente dizer mal de si mesmo, de ser descrente e de se desvalorizar. O Prémio Nacional Cidade de Gaia pretende potenciar uma imagem de marca do concelho, assente na excelência do seu território e no reconhecimento do trabalho daqueles que promovem a forma do país dentro e fora de portas.
Com seis categorias distintas (ciência, tecnologia e inovação, literatura, artes plásticas, solidariedade social, jornalismo e comunicação e música) o Prémio Nacional Cidade de Gaia é um dos maiores galardões alguma vez atribuídos em Portugal, atribuindo um prémio de 25 mil euros a cada um dos distinguidos.
Prémio de Música "Artur Napoleão"
Luís Tinoco
"Espero que o prémio sirva para perpetuar o nome de Artur Napoleão"
É natural de Lisboa o vencedor do prémio de música "Artur Napoleão", instituído este ano pela primeira vez e que presta homenagem a um compositor português com uma vasta obra que, no entanto, não é de todo conhecida do grande público. O galardoado espera que o prémio "possa contribuir para se perpetuar o nome de Artur Napoleão. Espero que se façam mais gravações do seu trabalho de modo a que ele nunca fique esquecido nas gavetas".
Manifestando a "honra" e o "contentamento" pelo facto de ter sido galardoado por "colegas de profissão", o nome de Luís Tinoco foi o eleito por parte de um júri constituído por António Vitorino d´Almeida, Mário Mateus, António Wagner Dinis, Elisabete Matos, Carlos Tê, Jorge Rodrigues e José Calvário.
Prémio de Solidariedade Social "João Paulo II"
Banco Alimentar Contra a Fome e Os Samaritanos- Missão Caridade
"Portugal tem uma grandeza de alma e uma profundidade de coração"
Nasceu na Alemanha, é certo, mas Christa Ferreira já conhece bem o peito ilustre lusitano. A presidente da "Samaritanos-Missão Caridade", reconhece no nosso povo "uma enorme grande de alma e uma profundidade de coração. Os portugueses não entram na onda da frieza e sabem que existem pessoas que precisam de nós para sobreviver", salientou, enquanto recebia a distinção com o nome do papa polaco.
Já Vasco António, do Banco Alimentar Contra a Fome, alargou no seu discurso o mérito desta distinção "a todos os voluntários que compõem os treze bancos ao longo do país".
O júri deste prémio foi composto por Fernando Nobre, Vítor Melícias, Maria José Nogueira Pinto, Manuela Eanes, Luís Villas Boas, D.Januário Torgal Ferreira e Daniel Serrão.
Prémio de Jornalismo e Comunicação "Victor Cunha Rego"
Victor Bandarra
"A reportagem é a disciplina nobre do jornalismo"
Partilham o mesmo nome próprio e já fizeram parte da mesma equipa de trabalho. O jornalista da TVI Victor Bandarra considera a reportagem "a disciplina nobre do jornalista" e até se confessou surpreendido pela atribuição do prémio. Todavia, mostrou-se "honrado com a distinção" esperando que a mesma possa "servir de estímulo aos jovens repórteres".
O júri deste prémio foi composto por José Manuel Fernandes, José Leite Pereira, Mário Crespo, João Marcelino, José Eduardo Moniz, Carlos Daniel e José Fragoso.
Prémio de Artes Plásticas "Teixeira Lopes"
Jorge Pinheiro
"Espero que possamos continuar a trabalhar em conjunto"
É natural de Coimbra o galardoado desta categoria. O trabalho de Jorge Pinheiro pode actualmente ser visto na exposição "Quatro Vintes mais um", patente nas Galerias Diogo de Macedo e que, além do premiado, mostra também o talento de Ângelo de Sousa, José Rodrigues, Armando Alves e Jaime Isidoro. "Penso que foi uma óptima escolha", destacou Armanda Passos, membro de um júri composto ainda por Jaime Isidoro, João Cutileiro, José Gomes Pinho, José Rodrigues, Artur Santos Silva e Paulo Teixeira Lopes.
Emocionado, o pintor espera poder "continuar a trabalhar em conjunto com o Município" lembrando também a envergadura do galardoado no ano transacto, o escultor Rui Chafes.
Prémio de Ciência, Tecnologia e Inovação "Edgar Cardoso"
Miguel Castelo Branco
"Foi um prémio inspirador"
A envergadura de um júri altamente qualificado que reconheceu o seu trabalho representou "um motivo de grande honra" para o premiado. "Foi um prémio inspirador. Dá-me muita ambição para continuar", salientou Miguel Castelo Branco, um investigador que tem conquistado reconhecimento, com várias distinções nacionais e internacionais, na área da imagiologia. "É um grande nome da ciência apesar de extremamente jovem e que optou por se dedicar à investigação mal terminou a sua formação", destacou o Prof. Carlos Fiolhais, membro de um júri composto ainda por Sobrinho Simões, Alexandre Quintanilha, João Lobo Antunes, Francisco Guerra, Francisco Vanzeller e Ferreira do Amaral.
O premiado é professor de biofísica na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, director do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem e sócio-fundador da NeuroEye.
Prémio de Literatura "Eça de Queirós"
Não atribuído
À semelhança do que aconteceu no ano passado, o prémio não foi atribuído. O júri foi composto por José Viegas, Rosa Lobato Faria, Zita Seabra, Manuel António Pina, Baptista Bastos, Moita Flores e José Manuel Lello.
Não sofrem de problemas de saúde, não têm contas para pagar e podem ir onde bem eu entender. Não sei se já viram o filme "Os Condenados de Shawshank" mas as duas personagens por mim criadas circulam na Internet como se fossem de carne e osso. Hoje, fique a conhecer o galã italiano Massimo Finucci e o empresário agrícola britânico Paul Inglethorp.
Massimo Finucci
Foi criado em 2000, com o intuito de seduzir uma rapariga através de mensagens de telemóvel. Daí até aos dias de hoje Massimo Finucci tem-se dedicado ao negócio da bolsa a partir do computador de sua casa, na Plaza Duomo de Milão. Alto e espadaudo, é solteiro mas o estereotipo de gala fa-lo aparecer nas capas de revista com bastante regularidade. Verdadeiro gentleman, é apreciador de visitas a galerias de arte, museus, cinema e teatro. É coleccionador de vinhos e chega a gastar balúrdios com encomendas de todo o mundo. Tem uma pequena cadela, Balotta, com quem vive no seu apartamento luxuoso. É presença assídua em festa do socialite, onde arrasa com o seu bem vestir e as suas tiradas imparáveis. Já foi inclusive sondado pela princesa Stephanie do Monaco!
Paul Inglethorp
Empresário agrícola radicado em Braga, onde mantém uma plantação de kiwis. Veste-se à base de gangas e t-shirt, bebe bagaço e ri-se de forma estridente. Não é, de todo, o típico gentleman britânico. Tem cabelo preto, curto, que acentua ainda mais a sua altura desmesurada. Sim, Inglethorp jogou basquetebol em Birmingham e chegou mesmo à selecção inglesa. Porém, uma oportunidade de negócio em Portugal fe-lo viajar para o nosso país, onde mantém uma vida tranquila na companhia da mulher, Dália.
Tem no restauro de automóveis um dos seus principais hobbies. Chega, inclusive, a ganhar algum dinheiro com este talento, que lhe deu fama além fronteiras. De resto, não dispensa um bom porco no espeto regado com cerveja e vinho do Porto, ao som dos muitos galos da sua quinta. Ah, e até fala português sem sotaque! Que estranho, não é? Foi criado em 2007!
Origem dos nomes:
Massimo- Para dar um certo carisma à personagem, fazendo o encaixe com o português "Máximo";
Finucci- Em homenagem ao filme "Oscar" onde os irmãos Finucci eram um dos principais pontos humorísticos;
Paul- Em homenagem ao jogo de computador Championship Manager. Na primeira vez que joguei, a minha primeira contratação foi um escoces chamado Paul McKnight. Era mesmo mau mas com o decorrer do jogo não mais o vendi!
Inglethorp- Em homenagem a Alfred Inglethorp, personagem do livro de Agatha Christie "O Misterioso Caso de Styles"
Ontem , primeiro dia de umas férias gaienses bem regadas a sol e a praia. À noite, o convívio com os amigos no Refresh Bar e a recolha. No carro, fui surpreendido com uma música absolutamente fantástica, que de todo desconhecia.
Ao chegar a casa, tendo fixado o refrão, pesquisei no Google a sua origem. "Nightmare" dos MSG, com um início tocado por uns acordes de guitarra portuguesa, que se mescla com o rock anos 80 do seu vocalista. Desta mistura resulta uma melodia pacata, com um toque latino que lhe dá toda a alma e magia.
Nunca ouço cds no carro. Apesar de os ter comigo, prefiro deambular pelas rádios em busca de temas que me possam surpreender. Ecléctico, tanto posso ouvir música clássica como heavy metal, dependendo do meu estado de espírito. E por vezes descobrem-se trechos fantásticos!
A bem ver, pareceu-me uma guitarra portuguesa! Uma espécie de encriptação de Carlos Paredes bem afinada no cômputo de uma melodia que até se enquadrou na paisagem. Viva o sol e o mar!
Tinha eu 20 anos quando fui entrevistar o padre Rodrigo da Cunha, recentemente falecido. Afável, conversador, aquele homem transpirava conhecimento e discernimento, num dos entrevistados mais inesquecíveis que já tive oportunidade de encontrar.
Nessa tarde, ao longo de todos os assuntos debatidos, dizia-me ele que a história do mundo devia ser feita com mais mulheres na liderança. Confesso na altura que me custou um pouco a encaixar mas, anos passados, tenho de dar a mão à palmatória e reconhecer veracidade nas suas afirmações.
Se bem repararmos a história da humanidade fez-se com muita guerra, destruição e sangue, deixando a razão tomar conta dos nossos verdadeiros propósitos enquanto seres humanos. Nas diferenças entre os dois sexos, se um se sedimentou como sexo forte ao longo dos tempos, outro ganhou força no campo da sensibilidade e bom senso.
Estas duas últimas características, no nosso quotidiano, são condições indispensáveis a resolução de conflitos. Se bem que as mulheres podem ter a capacidade de complicar o simples, também podem possuir um maior discernimento emocional em relação à quebra de soluções drásticas.
Neste equilíbrio de relações entre sexos, penso que as soluções poderiam advir de forma mais justa, misturando-se trunfos de um e de outro lado, na direcção de uma sociedade mais equilibrada.
Hoje, durante um zapping, tive a oportunidade de ouvir as declarações do central do West Ham Anton Ferdinand relativamente à forma como chegou a profissional de futebol. Dizia ele que tivera crescido a jogar no seu grupo de amigos e que até nem era o melhor. Contudo, a forma como foi bem-sucedido deveu-se, nas suas palavras, á ambição demonstrada e à percepção de onde queremos chegar.
Não poderia estar mais de acordo com o central britânico. De facto, acho que em vários episódios da nossa vida as avaliações são muito relativos. Para atingirmos a performance penso que devemos saber para onde vamos, descarrilando onde tivermos para isso margem e não perdoando onde acharmos que não podemos ceder um milímetro.
Acho que muitas vezes o sucesso de uma pessoa não passa por trabalhar muito mas sim por trabalhar quando os outros estão a dormir. Perceber que os maus momentos podem ser uma dádiva, sendo uma óptima oportunidade para nós brilharmos e nos discernimentos
E depois, por consequência, termos discernimento de onde podemos fazer a diferença. Conhecendo as nossas virtudes e os nossos defeitos, torna-se mais natural poderem-se fazer escolhas relativamente ao espaço onde nos podemos mover, quando e onde aparecer e onde, pelo contrário, nos devemos refugiar. Acrescida a uma boa envolvente social, penso que este é uma boa fórmula de sucesso.
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