Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009
Vancouver Dia 0 - Bragança Dia 4

Caros amigos:

 

Conforme a Ana Isabel e o Bruno Marques podem testemunhar eu durmo que nem um menino. Foi um dia absolutamente retemperador, com as minhas forças a estarem canalizadas para a descoberta da cidade de Vancouver. Trocado por miúdos, imagino uma coisa muito grande mas muito funcional. Aliás, tal como eu que sou extremamente funcional.

 

Laura, Filipe e Ju podem testemunhar a minha aversão por portas de embarque e aeroportos em geral. Tenho um certo pressentimento constante que algo vai correr mal apesar de nada ter a temer. É a minha insegurança a vir à tona. Enfim, mas acho que é um problema solucionável.

 

À minha frente, no balcão de embarque, dois americanos foram avisados que o voo para Seattle tinha sido cancelado. Podiam ir para Dallas e mais tarde reencaminhados. Sei que é pouco mais fiquei em pânico, que não se concretizou.


"Boa viagem, Sr.Nunes. A mala vai directa para Vancouver"

 

Foi o alívio deste ligeiro susto, agora que a Ana Luísa(minha ilustre anfitriã, a quem prometo uma semana calma) me disse que no Canadá faz chuva e frio. Não durmi nada dado que estive a fazer a minha coluna da próxima semana para o "Jogo". Apesar da minha ausência prometo estar muito atento: há novidades muito importantes a brotar a qualquer momento no e-mail e por telefone. Contem comigo como uma espécie de "Big Brother is watching you".

 

Tudo farei para continuar a actualizar. See you,

 

PS- Estou a escrever tipo composição da primária. Que vergonha! O Gil está no aeroporto. O Gil vai para o Canadá. Eu gosto muito do Canadá. No Canadá há muitas casas. Um dia gostava de viver no Canadá.


Gil

 

5.00 from Sá Carneiro



publicado por Gil Nunes às 04:58
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Quinta-feira, 29 de Outubro de 2009
Bragança dia 3- O dia de todos os segredos

 

Hoje pode ou não ser um dia especial para mim. Mas não posso contar.
Em Bragança está tudo mais ou menos na mesma. Lancei mãos à estrada e, praticamente tudo visto, dediquei-me às compras. Gosto da cidade. É tudo muito ordenado e limpo, há como que um certo brio em cada esquina. Engane-se quem pensa que estamos na cidade da “Red Light”: Bragança respira cultura, animação, ruas com movimento e, já o disse, pessoas extraordinariamente simpáticas.
À noite conheci a torradeira da Anita. Tem a cara do Mickey e apita mal a torrada fica pronta. E o melhor é que mesmo as torradas ficam com a cara do rato. Soberbo! Penso que utensílios destes deviam ser colocados à disposição do turismo. De facto, quando somos criativos podemos ser oferecer algo de novo ao mundo. Muito bom!
Hoje fui também assistir ao treino de um clube chamado “Milhão” e sujei-me nos meus finos sapatos ingleses. Espero ansiosamente o dia de amanhã, pois quero testemunhar a reacção ao meu artigo no “Jogo” sobre o Bragança. Como eu costumo dizer já se realizaram todos os colóquios e seminários possíveis para se descobrir que o interior precisa de ser mais apoiado. Só falta é mesmo apoia-lo. Confesso que fico extremamente entusiasmado sempre que faço um artigo destes. No meu interior quase que me sinto um herói. Sinto-me deveras realizado. Dar valor a algo de meritório que os outros muitas vezes esquecem. Também um abraço para Beja e para o Despertar, que também fazem parte da peça. Bem – hajam!
Espero que a noite tenha algumas interrupções. Os “Pensos de Fígaro” estão a ficar escaldantes e aguardo que o sono me traga mais passagens para completar um trabalho cujo final já começa a tardar.


publicado por Gil Nunes às 01:02
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Terça-feira, 27 de Outubro de 2009
Bragança Dia 2- Adão, Eva e o Alves

 

Hoje o dia não trouxe nada de novo. O passeio no castelo foi retemperador, pela fina conversa sobre a política de transportes e pelas magnificas vistas sobre a cidade. Aqui em Bragança as pessoas são extraordinariamente simpáticas. E felizes. Parece que toda a vida se desvanece na tranquilidade de uma vida sem competição. Eu confesso que era capaz de viver aqui.
Enquanto me surgem ideias para as novas linhas de “Os Pensos de Fígaro” penso nas últimas cenas do filme “Sinais do Futuro”. E acrescento-lhe alguns traços. Vamos imaginar que todo o planeta se molda à imagem de Portugal. Como a cena final do filme retrata a existência de Adão e Eva, eu faço a ponte para o que realmente se teria passado. Acreditem é numa coisa: foi dos finais mais geniais que já tive oportunidade de assistir. Recomendo vivamente o filme!
Ora bem e Deus(a quem vamos chamar Cláudio para podermos albergar os saramaguistas) criou o Adão e a Eva. Mas como quer criar Portugal a seguir criou também uma terceira personagem: o Alves.  O Alves é aquela personagem que a Bíblia não vai retratar, mas que é parte integrante de toda a acção. É ele quem coordena todos os passos dos dois protagonistas. Por muitos que eles sejam livres, o Alves é o mestre do detalhe. É aquele cujo olhar evita os perigos. Meus Deus se não fosse o Alves a história não se escreveria.
Ao longo da história, de maçãs e capítulos eróticos, é Alves quem faz a ponte entre Claudio, Adão e Eva. É um intermediário que determina uma plataforma sem ruídos, que impede que as duas línguas faladas na ocasião não sejam distintas. É Alves quem rega a árvore, apanha os frutos e dá realidade ao universo auto – suficiente criado por Cláudio. Porque o mundo se faz de imagens reais e não virtuais, há sempre alguém que tem de por a água na fervura e contornar a lápis os glaciares no mapa.


publicado por Gil Nunes às 17:41
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Segunda-feira, 26 de Outubro de 2009
Bragança dia 1

 

Bragança inspira-me. Pois é, o primeiro dia nesta cidade foi escrito com muitas interrupções a meio do sono para continuar “Os Pensos de Fígaro”. Mas dormi muito tranquilamente aqui no sofá-cama, que felizmente não cedeu perante os meus 68 kg.
As 11 levantei-me e perdi-me. A casa do Fugee fica numa urbanização que dá para a estrada principal e àquela hora nem sabia se o estádio(para onde tinha de ir para fazer um trabalho para “O Jogo”) ficava para a esquerda ou para a direita. Nem me chateei. Pés na estrada e, como já é meu apanágio de azarado ao jogo, fui no sentido contrário. Que grande caminhada em direcção à extremidade da cidade até ser informado que o estádio ficava na outra ponta da cidade. Cheguei perto da hora do almoço mas o estádio ainda estava fechado.
Depois de um belo repasto percurso semelhante: casa-estádio, mas desta vez fui bem sucedido e recolhi aquilo que necessitava sobre os sub-15. Na mesma onda, também os alentejanos do Beja me atenderam finalmente o telemóvel. Acabei o trabalho a meio da tarde e fui para um bar à espera que o Fugee saísse das aulas. De caderninho na mão coloquei-me estrategicamente ao lado de três mulheres que falavam sobre as suas vidas. Recolhi notas importantes para acrescentar no livro, eu que no meu teor inofensivo folheava despercebidamente a “Futebolista”.
Duas notas curiosas: estamos a averiguar uma história que poderá ser um furo jornalístico; o Fugee tem aqui um quadro de fotografias de amigos e tenho algumas conclusões a tirar: O Medina parece o Michael Jackson; o Filipe está com umas bochechas de fazer inveja ao Mário Soares; O Rema está a fazer corninhos; o Tico está com uma pose completamente gay mais o seu bracinho à bailarino; por último, Judite e Laura, eu se fosse a vocês tinha uma conversa com ele.


publicado por Gil Nunes às 18:35
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Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009
Dissertação sobre o pêssego - o fruto mais lisboeta de sempre

 

O pêssego. Eu gosto muito de pêssegos. Também gosto muito dos pessegueiros que dão os pêssegos. Cada vez que como um pêssego fico muito contente…
 
Caros amigos, é por este tipo de discurso à escola primária que o pêssego me causa alguma celeuma. Mas, voltando ao registo anterior, eu como pêssegos mas não compro pêssegos. Fica bem demais na fruteira, parece demasiado polido, tem uma espécie de falsidade e de arrogância perante os demais. O pêssego é sempre aquele fruto que temos de levar no elevador. É um Lawrence Welk do pomar do Sr. Vasco.
 
“Vai subir para o 6º andar? Tudo bem temos a maçã, a banana, a laranja….ah, falta o pêssego que vem já. Está só a estacionar o carro”.
 
E lá chega o pêssego todo lampeiro, nem agradecendo á maçã o facto de estar a segurar na porta.  É um estar lá, um ser agradável mas dispensável ao mesmo tempo. Digamos que no Big Brother, nas votações para sair, o pêssego era o primeiro a ser nomeado. Mas se não saísse também não fazia mal. Está ali no seu “ram-ram” de parvoíce que não incomoda ninguém.
 
Para além deste motivo eu considero o pêssego o alimento mais lisboeta de sempre. Já viram o esforço que temos de fazer para fechar os sons e obedecer ao acento? É claramente um fruto que nasceu no Bairro dos Olivais. Tenho a certeza que se tivesse nascido em Paranhos se chamaria sarapintão ou algo do género. Isso sim é um nome português, à nortenho, que até duplicaria a quantidade de sumo produzido.
 
No outro dia fui comer à Pizza Hut. Para contrapor a injecção de calorias do meu menu “Cheeseham” pedi uma salada de frutas. E ainda bem que as embalagens foram pensadas para revolucionários como eu: pois é, mal a abro surgem-me os pêssegos em primeiro lugar: seguem-se os kiwis, um bocado de alperce e só depois as maçãs, as laranjas e as peras. Com toda aquela hegemonia de pêssego, toda a salada se transforma em “salada de frutas…de pêssego” como se equiparasse àquela brilhante invenção do molho de leitão para cobrir o frango assado.
 
É claro que eu tive de intervir. Peguei na embalagem de dupla abertura e, qual cocktail, abanei-o com vigor. O pêssego foi renegado á sua real essência e o meu palato retemperado com frutas de todo o tipo, anarquicamente expostas. Em tempo de rescaldo eleitoral, viva a democracia na salada de frutas!


publicado por Gil Nunes às 11:34
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Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009
Um pouco de filosofia

 

Ainda ontem falei de etapas. Mas não é uma palavra que eu goste. Aliás, eu sou aceito etapas na altura da Volta a Portugal em Bicicleta. Para mim as etapas são muito relativas a partir do momento em que sabemos aquilo que queremos. Na maior parte das vezes rejeito-as, gosto de ir directamente aquilo que pretendo sem rodeios. É como o espírito de grupo, também considero algo de muito discutível.
 
Dois pontos fundamentais nesta análise: o facto da vida ser efémera e, como tal, o tempo ser escasso; se sabemos o princípio e o fim, precisamos do meio para quê? Mas todo este raciocínio pode resultar em ansiedade. A existência das etapas pode desencadear uma melhor digestão dos sentimentos, das emoções mas ao fim ao cabo, pode gerar uma série de recuos que nos impedem de concretizar o êxito.

Mais importante do que qualquer etapa ganha fundamento para mim o conceito de sabermos exactamente aquilo que queremos. Traçar um caminho e ir por ali fora sem reagir a comentários adversos. Se é passível de erro? È tão passível como qualquer outro caminho por etapas. Mas tem uma vantagem fundamental: o tempo. Pensando assim ganhamos tempo para fazermos outras coisas e eu sou daqueles que concorda que mais vale fazer mal do que não fazer nada, ao contrário de muitas pessoas.


publicado por Gil Nunes às 13:25
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Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009
Carta aberta a José Saramago

 

O Zé, eu não gosto dos teus livros, pá. Por isso também não os leio. Acho que há escritores muito melhores que tu e se fosse por mim nem tinhas recebido o Nobel. Seja como for és um tipo inteligente. Eu não te chamo português inteligente porque acho que tu não ias gostar. Chamo-te antes aquele tipo que se está a tentar eternizar a toda a força. E, diga-se de passagem, estás a conseguir!
 
Sabes, eu acho que Deus existe e sei que tu também concordas comigo. E eu nem sequer sou religioso. Nesta história da Bíblia até te dou razão. De facto, aquele livro foi escrito por homens errantes, de visão distorcida, com amores e ódios como qualquer um de nós. E pintaram Deus à sua imagem, tal como ele nos pintou supostamente à dele. Dizes tu que Deus “é vingativo, rancoroso e má pessoa”. Eu até que podia apostar que estavas a falar de um político. Mas não. Deixa lá!
 
Ao falar de ti, lembro-me das “materioskas”. É preciso tirar uma atrás da outra até chegarmos onde queremos. Mas, como sabes, eu nunca gostei muito desse tipo de brincadeiras. Portanto vou queimar as etapas. Pronto, já está. Sofres de “Síndrome de Galileu”. Conheces, não conheces? É aquele tipo que disse que a Terra afinal girava à volta do Sol e blá, blá, blá. Mas o pior é que toda a gente ainda fala dele hoje em dia, quando andamos aqui a ver se resolvemos o problema do aquecimento global e da crise internacional. Essa é que é essa!
 
O teu problema não é Deus, é o Cristiano Ronaldo. Quer dizer andaste anos a fio a escrever livros, a desfiar as pestanas e chega aquele tipo da Madeira, dá dois chutos numa bola e será lembrado por toda a Humanidade? Valha-me Deus. Mas eu acho que Ele te vai compreender e perdoar. E depois, na eternidade que espero que chegues primeiro do que eu, vê lá se arranjas umas horas para falar comigo, porque eu até gostava de ter conhecer.
 
Deixa-te mas é dessas ideologias de que nos devíamos anexar à Espanha, que os “panchitos” é que percebem do assunto, que a nossa nacionalidade não tem sentido. Olha, eu prefiro a tua nacionalidade sem sentido do que a minha visão de constantes movimentos bélicos independentistas. E depois sabes como as pessoas não se entendem, nem a martelo. Todos aos tiros é que não. Tu às vezes também és vingativo, rancoroso e má pessoa. Mas olha, escreve uma coisa mais alegre. Abraça-te às árvores, mostra como o mundo pode ser bonito, toca nas suas virtudes. Havia um francês que dizia que o mundo era belo quando se brincava com ele. E de resto, o pá, não me chateies, que eu acho que até sou boa pessoa!


publicado por Gil Nunes às 17:06
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Breve ideia para dinamizar a industria da animação

 

Constato através de amigos da pouca receptividade do nosso país em investir e apostar na indústria da animação. Pois eu tenho uma ideia, pois considero que matéria – prima não falta para se fazerem boas histórias.

E que tal um telenovela brasileira em filme de animação? Das coisas que me fazem rejeitar alguma animação (e que me perdoem João Rema e Ana Luísa Santos) são as constantes história no bosque e na selva. Pode ser muito interessante, acho que sim, mas no nosso país de brandos costumes ficaria melhor outro tipo de alternativas.
 
Imaginem um boneco a retratar a Christiane Torloni. Todas aquelas expressões bucais à Manuela Moura Guedes, a agitação dos seus cabelos e a força dos gestos exacerbados. Isto para além das falas:

“Seu cafageste. Aquela jararaca que não pense que ti vai pegar, não vai não”.
 
È que sinceramente as imagens reais já não me captam a atenção. E os brasileiros têm um problema: falam muito para o meu gosto. Aliás eu já os considero desenhos animados reais. É só nadarmos em direcção ao fictício e tudo ficaria bem mais interessante.
 
É claro que podem dizer que o custo é um grande problema. Mas vejam só o magnífico universo que temos para vender o produto. Seria "maiô sucesso" de Manaus até Pelotas, passando por Vila Real.


publicado por Gil Nunes às 10:45
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Terça-feira, 20 de Outubro de 2009
Qual o problema de Portugal?

 

Para mim a resposta é só uma: os portugueses são pessoas pouco práticas, fiéis ao “filmezinho” que impede o progresso do país. Bem ou mal, em Portugal não se decide, seja em que área for. Ou decide-se muito lentamente. Mas acho que é uma consequência positiva de todo um contexto que envolve o nosso país.
 
Considero que Portugal é um país privilegiado e com condições muito agradáveis. Um território de 10 milhões de pessoas perfeitamente equilibrado. Não há conflitos étnicos, sociais ou raciais. O clima é óptimo com mar, serra, bom sol e paisagens apelativas. Não há catástrofes naturais.  Um posicionamento geográfico que nos coloca perto da Europa, da África e da América e uma costa de mar extensa, salpicada com dois arquipélagos de rara beleza. Uma história única, escrita nos quatro cantos do mundo com muita glória. À primeira vista de um alien , não há motivos para que este país não seja evoluído.

Eu acho que o principal problema de Portugal reside no facto do ser humano necessitar sempre de ter problemas. Se quisermos comparar, quando estamos a rasca dos intestinos para ir à casa – de –banho, a comichão nasal desaparece imediatamente. Mas em Portugal há muitas comichões nasais. Na política, no meio social, nas instituições ou na vida pessoal, o “filmezinho” e a burocracia são constantes. Depois os governantes discutem que afinal crescemos 0,5% ao ano e não constatam que, na realidade, o país estagnou.Não andou para a frente. Nada!
 
Entendo que todo o enquadramento com que este país se definiu, que como já disse foi extremamente positivo, prejudica hoje em dia a evolução. Entendo também que a principal forma de se resolver o problema é informar as pessoas desse aspecto, para que os portugueses se sintam privilegiados e comecem a pedalar de forma mais prática. Porque sou daqueles que acha que o medo também traz vantagens. Uma sociedade apavorada num determinado segmento de tempo vai evoluir mais rapidamente num segundo período, pois tem noção do que é o perigo, o caos e a catástrofe. Nós, num enorme felizmente, não tivemos que nos preocupar com isso. Ficou o pequeno infelizmente que tanto nos atormenta.


publicado por Gil Nunes às 12:17
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Segunda-feira, 19 de Outubro de 2009
Espinho - A Albânia cá do sítio

 

É a Albânia cá do sítio. Passar de Gaia para Espinho deve ser a mesma coisa que sair da Itália e entrar no velho país aniquilado pela tirania comunista de Enver Hoxha. Em Espinho as ruas não são rectas mas sim longas rectas. Para irmos de um ponto para o outro temos de contornar uma série infinita de sinais de trânsito o que, para quem tem fome, se torna muito agradável.
 
Se o ordenamento do trânsito não existe, o mesmo se pode dizer do aspecto da cidade. É uma cidade feia. Edifícios colocados ao acaso, uma linha de comboio que divide a cidade, uma falta de um fio condutor que retira toda a identidade. Então aquela zona ao redor do Estádio nem se fala. Parece mesmo que estou num país de Leste, só falta a foto do general com o dedo estendido a apontar em direcção ao infinito.
 
Com uma orla marítima com potencialidades, o melhor que eu consigo ver é um toldo enferrujado e meia – dúzia de peixeiras fazendo o seu negócio em cima dos muros. E não vejo pessoas a desfrutar da paisagem. O areal é vasto, as gaivotas até que dão um toque sui – generis mas de resto tudo se perde na insipiência do homem que pensou aquela cidade. È um jogo de computador em que se desistiu a meio porque a namorada chegou. As casas, a roupa a secar ao desvario, os bunkers e os prédios convivendo lado a lado.

Ontem almocei em Espinho. E não armei um escabeche no restaurante. Os mais próximos sabem que na maior parte das refeições como peixe ou galináceos e, como tal, tenho o palato perfeitamente preparado para distinguir peixe fresco de congelado. Mal dei a primeira dentada não tive dúvidas: era amargo, duro como se fosse um bife e não deslizava na língua de forma amanteigada. Estive para me revoltar e começar a disparatar com o empregado. Mas não o fiz. Seria daquelas discussão em que não se conclui se a bola entrou ou não na baliza. Uns dizem que não, outros que sim. Comi o que tinha a comer, paguei e jurei não mais colocar os pés naquele estabelecimento ou naquela cidade. Ainda bem que a Câmara mudou de Presidente!!!
 


publicado por Gil Nunes às 11:07
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