Sexta-feira, 17 de Abril de 2009
Porque fica bem

Porque fica bem. Além de existirem pessoas que não fazem a mínima ideia do que estão para aqui a fazer, outras há que não têm o mínimo respeito por elas próprias, mesmo pensando o contrário.

 
Apresento-vos o Jazz’n’Gaia, mais uma óptima iniciativa do Pelouro da Cultura, e falo no auge da minha sinceridade, apesar de ser algo que não me cative, malgrado alguns cds da especialidade que possuo. No meio de um tempo morto de quase cinco horas, dou por mim a fazer mais uns exercícios de observação. No meio dos espectadores, existem aqueles que assistem ao espectáculo com todo o interesse; outros há que fingem, representam, dizendo-se sensíveis no final do concerto.
 
Não gostam do evento mas vão porque fica bem. Acreditem que, para além da música em si, existiu outro espectáculo no meio da plateia. Captei várias personagens desse género durante a minha matança de tédio. Como um louco, um alcoviteiro, olhava-os fixamente à medida que eles fitavam o chão, esbugalhavam os olhos, contemplavam o vazio com os seus pensamentos. Mal reparavam na minha atenção, era imediato: máxima atenção no concerto, olhar dedicado e apaixonado, como se estivessem a ver a Terra do topo do Everest.
 
Caem no boião do seu próprio ridículo, mas o amor-próprio interessa para quê afinal de contas? O que importa é, no final, cumprimentar a Maria de Lurdes e ter um bocadinho de conversa de treta. Falar do stress do trabalho, da fase boa que se está a atravessar ou do espectáculo que viram, em que o tema predilecto foi o único a que prestaram atenção.
 
Já imaginaram o que seria parar uma peça de teatro a meio e fazer um teste aos espectadores sobre o que se tinha desenrolado? Eu gostava de ver realizada essa experiência e quase que aposto que os resultados seriam surpreendentes!
 
Divago e vejo esse tipo de pessoas ao lado da Torre Eiffel, por exemplo. Visitam a Torre Eiffel não pelo interesse histórico do monumento, mas simplesmente porque fica bem na fotografia ir a Paris e ficar ao lado do seu ex-libris. A mim revoltam-me, algo que não acontece com todos aqueles que, de forma respeitada, se deslocam aos eventos porque realmente gostam, usufruindo ao máximo de todos os momentos. Bem-hajam!

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publicado por Gil Nunes às 11:21
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2008
Alargamento do raio de acção do F.C.Porto. O dragão cultural

 

Vibrei este fim-de-semana com a vitória do F.C.Porto na Superleague Formula. Não por ser assumidamente portista, é um facto, mas por esta vitória poder representar um dínamo para o fomento do desporto automóvel em Portugal.
 
Não é normal vermos o F.C.Porto representado na competição automóvel. Pelos vistos esta pequena fuga ao paradigma da normalidade apenas está a trazer frutos benéficos, quer pela difusão da marca quer pelo incremento do espírito de conquista.
 
Aproveito esta deixa para me debruçar sobre o campo de acção de um clube desportivo de grande dimensão. Acho que a imagem que transmite externamente é de vital importância, sobretudo para se manter perene e apelativo para as gerações vindouras. Apesar do factor económico ter extrema pertinência, até porque o lucro deve ser fundamental, considero que o ecletismo só deve trazer benefícios a uma instituição com envergadura social.
 
Mas porque não propor um desafio? Será que é só no campo desportivo que um clube, no caso o F.C.Porto, pode vencer? Eu acho que não e penso que a acção pode ser bem mais global. Apoiando o movimento cultural nas suas mais diversas áreas, o clube ganha também votos no plano social, mostrando-se um fiel actor da harmonia da comunidade. Porque não vermos um jovem escritor, pintor ou músico apresentar o seu trabalho com o patrocínio do F.C:Porto, instituição que entende o artista como indivíduo, neste caso, que encarna o espírito do dragão.
 
Digamos que se trata de uma reencarnação da mística aliada a um alargamento do campo de intervenção da estrutura. No caso portista, se já em tempos se disse que o estado de espírito da cidade dependia dos resultados da equipa, porque não “criar” mais campos de actuação, gerando-se um espírito de partilha que dê a conhecer o carisma e o espírito de conquista? E, afinal de contas, talvez não sejam precisos investimentos de grande envergadura, mercê da dimensão planetária adquirida.


publicado por Gil Nunes às 14:57
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2008
Herman José e o "Parabéns"

Nos sábados dos anos 90, com Herman José como principal referência humorística da altura, a RTP emitia o programa Parabéns. Sendo direccionado à família, o programa tinha alguns bons momentos, e lembro-me de alguns convidados em particular. Era preciso ver que nesta altura Herman José tinha alguma piada, apesar de eu nunca ter sido particularmente seu apreciador. Acho que o humor é reflexo da inteligência e quando se recorre ao fácil e brejeiro perde-se o nível e recorre-se ao caminho mais fácil para provocar a gargalhada, motivada pelo choque e não pela criatividade.

 

Assim sendo, era necessário ter alguma capacidade de filtragem para se suportar o Herman. Lembro-me de uma entrevista por ele dada a RTP 2 em que disse que se fosse noutro país ninguém o suportaria. Eu também acho que sim e, sinceramente, acho que um artista não se faz de fogachos como era o seu caso, mas sim de uma carreira consistente. Apesar de tudo destaco-lhe algumas virtudes como a capacidade de improviso e a versatilidade artística, patente sobretudo ao nível da música e da representação.

 

Voltando ao "Parabéns" lembro-me de duas entrevistas em particular: uma realizada a Vítor Baía, na altura um guarda-redes em ascensão no F.C.Porto, em que se lembrou de dar o crédito a Artur Jorge por o ter lançado num encontro frente ao Vitória de Guimarães quando apenas tinha 19 anos. Nesse momento, Vítor Baía subiu vários pontos na minha reputação, pela gratidão que demonstrou, na altura em que Artur Jorge era já um nome um tanto ou quanto esquecido.

 

Outra entrevista que me ficou na memória foi a de Patrícia Tavares. Ganhando algum mediatismo fruto da participação de novelas, a jovem actriz passou todo o tempo da entrevista a rir-se que nem uma menina mimada, com respostas telegráficas e sem qualquer tipo de interesse. A partir desse momento, e até aos nossos dias, não mais conseguiu nutrir simpatia pelo seu trabalho.

 


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publicado por Gil Nunes às 12:51
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Terça-feira, 13 de Maio de 2008
Festa das rosas

Em todo o lado existe conhecimento a ser captado. Hoje, tomei conhecimento da Festa das Rosas de Viana do Castelo, que segundo as fotografias que tive oportunidade de ver me parece um belo espectáculo. Esteticamente, fiquei admirado com a quantidade de objectos e paisagens construídos a partir de rosas, recriando por exemplo monumentos como a Torre dos Clérigos ou a Ponte D. Luiz. Nas fotografias tive também oportunidade de ver as magnificas representações de artesanato típico feitas de forma gigantesca a partir de alfinetes. Apesar de estar a par de muitas tradições do género, devo dizer que esta me despertou particular atenção, sobretudo pela sua originalidade, estética e bom gosto.

 

Tal me foi contado pelo Sr. Madureira, motorista da Câmara Municipal. Tenho por hábito desprender-me dos formalismos com que estes profissionais me tratam, tentando coloca-los logo à vontade. E primeiro lancei a minha colherada sobre os melhores locais para se comerem petiscos em Gaia, dando dois ou três exemplos e o respectivo preço. Palavra puxa palavra e em Ponte de Lima é que se come bem!

 

Ora, quem diz Ponte de Lima diz Feiras Novas e quem diz Feiras Novas puxa para a Festa das Rosas. Mostrado interesse pedi para ver as fotografias que ele, a tanto gosto, tinha guardado. Imagens que me ficam na memória, representações populares de grande devoção e estima e, pelo menos, em mim uma referência. Sempre que me falarem em Festa das Rosas já sei a que local se referem.

 

Sem qualquer tipo de pesquisa mais aprofundada, até porque não é dos temas que mais seja apreciador, penso que este tipo de episódios são enriquecedoras e úteis, podendo ser utilizados noutros aspectos da nossa vida, seja como referência criativa a partir das imagens seja pelo próprio conhecimento em si, na sua compoente de cultura geral e de respeito pelas tradições populares do nosso país.


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publicado por Gil Nunes às 14:58
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