Para os apreciadores, como eu, de História de Portugal, saiba-se que hoje completam-se 72 anos sobre o início da guerra civil espanhola, operação militar que felizmente poucas consequências teve em Portugal.
Hoje comemora-se uma data importante da história do nosso país. A 18 de Julho de 1936, com o levantamento das tropas de Marrocos e a guarnição das principais cidades da Península Ibérica, teve início a Guerra Civil Espanhola. A frente direita, comandada por Francisco Franco, acabaria por levar de vencida a esquerda espanhola, conquistando o poder.
O líder galego teve um profundo trunfo de vitória no nosso país. Com a esquerda no poder, o governo português sabia que a derrota de Franco poderia significar uma perda da independência (a esquerda defendia a União Ibérica) e um derramamento de sangue no nosso país, hipotecando a geração da altura e o futuro das gerações vindouras.
É pelo Alentejo que os franquistas vão fazer passar as suas armas, construindo uma importante ofensiva pelo oeste do país. A direita vence em Espanha e recupera o poder e Portugal chuta para canto as hipóteses de perder a sua independência. Garante, também, uma sustentabilidade política e social, pois com a manutenção da independência também se aniquilam as posteriores criações de núcleos independentistas em Portugal, com as eventuais tragédias daí provenientes.
Foi, a meu ver, um grande gesto de política externa para o nosso país, e uma salvaguarda total dos seus interesses que impedem que hoje o mapa não seja mostrado de maneira diferente.
Não o conheço nem tão pouco vou ter oportunidade de fazer enquanto cá andar. O dito "Mister Mack" andou por cá nos anos 40, altura em que esteve nos Açores com o exército inglês.
No meio das tácticas bélicas e do armamento, portugueses e ingleses foram criando raízes de amizade que perduravam em animados convívios, onde não faltavam os jogos de futebol. Nesses treinos havia mesmo militares que jogavam no Arsenal de Londres, que por força da guerra não poderam seguir a carreira que mais gostavam.
Tudo isto me foi revelado "a long time ago" pelo capitão Sousa Marques, um ex-combatente português. Dizia-me ele que dos longos contactos com os britânicos lembra-se de um indivíduo com uma verticalidade e personalidade impressionantes. Era o tal Mister Mack, que apesar de não ter ficado para a história ficou pelo menos com o registo de atitude nobre, dignidade e altruísmo.
Nos catrapácios, infelizmente, para todos não há lugar. Restam os contadores de histórias para preservarem as memórias de todos aqueles que ao estarem neste mundo...deixaram-no melhor! Vivam os heróis desconhecidos!