Segunda-feira, 15 de Março de 2010
O direito à nóia - Anti-coaching
Às vezes é saudável estar de trombas. E discutir com alguém só pelo simples prazer de quem quer discutir. Fogo que arde sem se ver. Sem malícia mas com alguma paprika na ponta da língua. É por isso que as acções de coaching, de motivação, ou como lhe queiram chamar não resultam em mim.
Vamos ter um dia fantástico. Hoje é o teu dia, a tua tarde, o momento em que serás melhor que todos os outros. Garanto que da última vez que ouvi um fulano dizer isto só me apeteceu fazer tudo ao contrário. Só para o contrariar. Digamos que é a minha mente a reagir a estas intempéries verbais. Sim, vamos conseguir! Somos uma equipa e todos somos fundamentais para o seu êxito. As vossas qualidades são as minhas, também sinto os vossos fracassos. Vamos lutar!
A psicologia um dia vai estudar-me. É como se entrassem pelos meus ouvidos e fossem reencaminhados para uma roldana. Rss, tudo ao contrário! Por que não motivam as pessoas de outra forma? “Bem, olhe, se fizer o que lhe compete tem mais tempo livre para estar com os seus amigos. Conhecer novas pessoas, está a ver? Jogar futebol na praia, caminhar, ver televisão, ir ao cinema. E ainda lhe damos algum dinheiro extra, o que lhe parece?” E aí respondo eu “Nem pensar, estou aqui para lutar pelo êxito da equipa.” Enquanto toda a vida, e os seus propósitos, passam ao lado do meu manifesto pró-laboral, de amor à camisola, sou dado como exemplo. Por outro lado, quando se goza a vida, somos libertinos.
E apetece-me comer pizza, estar no sofá a fazer zapping a ver se descubro algum documentário interessante. Hoje não é o meu dia, mas é um daqueles dias. Levanta-te e anda! Vem junto de nós atirar um frisbie e ve-lo deslizar na verde relva enquanto entoamos cânticos. Não, não me parece. Acabei de accionar o artigo 121º que prevê o direito à nóia!
Pessoas diferentes, motivações diferentes. Isto funciona tão bem no racismo. No fundo, I ‘ m the master o f my domain!
Terça-feira, 23 de Setembro de 2008
Inteligência Emocional e Quim
Imaginemos um passeio de bicicleta em que o ciclista mais experiente se estatela no chão sem razão aparente. Até que nem liga ao caso e, depois de se voltar a colocar no selim, continua o seu percurso. Mas há dias em que nem sequer devíamos sair de casa. Tomba mais uma, mais duas, mais três vezes. Até parece que a aprendizagem e a experiência saíram do seu corpo devido a um demónio não identificado.
Olho para este exemplo e lembro-me dos recentes falhanços de Quim nos cantos. Para mim tudo uma questão de psicologia. Segundo o que aprendi, o nosso cérebro não codifica negações, ou seja, quanto mais lhe dizemos que não pode falhar mais ele estará a realizar a acção contrária, como que por magia eliminando a palavra “não”.
Porque o nosso cérebro é uma máquina inacreditável. Um software de potencialidades imensas em que os programas raramente se estragam…apenas se transformam! Precisam de actualizações, de novos códigos, de orientações específicas para irem no destino que nós queremos.
Olho para Quim e vejo uma conversa com um menino de sete anos. “Olha lá, quando for um canto tens duas hipóteses: ou sais e ganhas ou ficas na baliza”. Uma pequena pancadinha na base da maquinaria a ver se resulta!