Sexta-feira, 19 de Março de 2010
A vodka é a principal causa do insucesso na Matemática

 

Chama-se Kaspars. Bebia vodka com mirtilo. Aliás, eu não percebo qual a fixação dos letões pelo casamento do mirtilo com a vodka. E digo-vos mais eu nem gosto muito desta introdução. À primeira vista pareço daqueles jovens malucos pela noite e pelo encanto das bebidas. Ora bem, para que saibam, o principal motivo que me leva a atentar no “vodka mirtilo” é o facto da bebida ser azul. E eu não saio muito à noite.
Nunca achei que o azul fosse bebível. Eu, se tivesse que criar um líquido qualquer azul, seria um detergente para a roupa. Estas cuecas vão ficar limpas como o azul do céu, como o mar ou os teus olhos. Se repararmos bem o azul está presente à nossa volta. Já uma vez me disseram que 95% do que se constrói ao nosso redor é resultado da Matemática. Da Matemática e do azul. Daqui podemos concluir, através de um silogismo, que a Matemática é a grande vodka da educação.
E estão todos embriagados. Agora queixem-se que os miúdos não sabem o teorema de Pitágoras, e são uns zeros a geometria. Toda a gente sabe que a vodka só deve ser consumida em ocasiões especiais, e em poucas quantidades. De resto, é uma garrafa que fica bem na prateleira. Para os mais racionais, é daquelas coisas que nunca é enxertada. Fica para quando o menino tiver 50 anos e estiver de mantinha nos joelhos a ver, na televisão, as marchas de Santo António.
Agora queixem-se que os miúdos usam muito a calculadora. Pudera! Olham para os números: mexem com eles, mas nunca os bebem. Não os consumem. Tal como a garrafa de vodka que o reguila do Francisco ofereceu ao pai. Eu até acho que, se fosse feito um estudo, chegar-se-ia à conclusão que o insucesso na Matemática seria proporcional ao exponencial aumento do consumo de vodka nos últimos anos.
Aliás, todos os grandes matemáticos são possuídos consumidores de vodka, mesmo que assim não o queiram admitir. Chama-se Kaspars. Bebia vodka mirtilo. Quem me levou até junto do Kaspars foi o Phil Ribatejano, que é uma” barra” a matemática. Agora pensem…


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Quinta-feira, 18 de Março de 2010
A incrivel história do aeroporto de Stansted

 

Sim, eu já passei por bombista. Não se iludam. Por detrás desta cara de paz de alma, de sereno encarar perante a vida, já de mim desconfiaram as mais altas entidades de segurança internacional. Dentro de três dias voltarei a pisar o malogrado aeroporto de Stansted, palco de um curto episódio que me pôs nas malhas do crime internacional. O Bin Laden que se cuide.
Era Março, chegava eu de Wroclaw, na Polónia. Para a viagem fui à arrecadação buscar umas botas antigas. A viagem era relativamente curta (5 dias) e não havia necessidade de estar a comprar umas novas, até porque prefiro direccionar os meus gastos para outros pontos cardeais. Como arroz de pato, por exemplo. Adoro arroz de pato. Bem, mas adiante. Durante a minha estadia na Polónia, as ditas cujas começaram a perder paulatinamente toda a sua sola. Deve ter sido do choque térmico. No último dos dias, porém, houve um “boom”, uma crosta, de libertação de borracha que sinceramente não me deixou muito cómodo. De facto, o destino podia ter escolhido outro dia para aquele epicentro. Eu já quase que deslizava naquele aeroporto Chopin, repleto de neve e gajas boas.
Após aterrar em Stansted, o fino tacto do meu pé e da minha meia já estavam em contacto com o solo. Parecia o Fred Flinstone. Como também não ando a viajar para servir de manequim – deixo esse papel para o meu quotidiano português – tentei embarcar mesmo assim. Naquela figura pré – histórica.
“You ‘ ve got to buy some shoes, man” disse-me o polícia. E até era bastante simpático.
Bem, não tinha outro remédio. Lá fui eu à reputadíssima “Clark’s” adquirir ( como se diz em Balasar) uns novos sapatos, que curiosamente ainda hoje trago calçados e geram o gáudio de muitos. Registe-se que eu, apesar dos infortúnios, continuo a pautar-me pelo bom gosto. Depois de os calçar, pedi à senhora da loja um saco para colocar os sapatos antigos. Lá os coloquei dentro do saco e, de seguida, pus o saco de plástico, que entretanto amarrara, dentro de um caixote de lixo.
Foi o cara…Melo! Mal me sentei, na minha habitual posição relaxante, três polícias me abordaram. Retiraram-me o passaporte, sem me deixarem pestanejar. Depois, com toda a gente a olhar, também pelos meus lindos olhos e típica “faccis” latina, os polícias encaminharam-me para o caixote de lixo. Sou obrigado a retirar o saco, e a mostrar o que tinha no interior. São sapatos, senhor! Ah, tudo bem! Muito simpáticos a partir daí os polícias. Aliás, eu até me virei para trás a pedir o aplauso da mini – plateia atarantada.
Não, não era uma bomba. Mas lá tive eu de ir a uma sala privada preencher um pequeno questionário. Tinha de ser, disseram-me eles. Riram-se com a história, falaram-me do Cristiano Ronaldo, do Mourinho, enfim…uns compinchas estes ingleses. Agora confesso que fiquei aflito quando me tiraram o passaporte e se puseram a falar ao telecomunicador. “It’s MOREIRA. “M” for “Muffin”, O for “Oriental” and so on…


publicado por Gil Nunes às 11:54
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Segunda-feira, 15 de Março de 2010
O direito à nóia - Anti-coaching

 

Às vezes é saudável estar de trombas. E discutir com alguém só pelo simples prazer de quem quer discutir. Fogo que arde sem se ver. Sem malícia mas com alguma paprika na ponta da língua. É por isso que as acções de coaching, de motivação, ou como lhe queiram chamar não resultam em mim.
Vamos ter um dia fantástico. Hoje é o teu dia, a tua tarde, o momento em que serás melhor que todos os outros. Garanto que da última vez que ouvi um fulano dizer isto só me apeteceu fazer tudo ao contrário. Só para o contrariar. Digamos que é a minha mente a reagir a estas intempéries verbais.  Sim, vamos conseguir! Somos uma equipa e todos somos fundamentais para o seu êxito. As vossas qualidades são as minhas, também sinto os vossos fracassos. Vamos lutar!
A psicologia um dia vai estudar-me. É como se entrassem pelos meus ouvidos e fossem reencaminhados para uma roldana. Rss, tudo ao contrário! Por que não motivam as pessoas de outra forma? “Bem, olhe, se fizer o que lhe compete tem mais tempo livre para estar com os seus amigos. Conhecer novas pessoas, está a ver? Jogar futebol na praia, caminhar, ver televisão, ir ao cinema. E ainda lhe damos algum dinheiro extra, o que lhe parece?” E aí respondo eu “Nem pensar, estou aqui para lutar pelo êxito da equipa.” Enquanto toda a vida, e os seus propósitos, passam ao lado do meu manifesto pró-laboral, de amor à camisola, sou dado como exemplo. Por outro lado, quando se goza a vida, somos libertinos.
E apetece-me comer pizza, estar no sofá a fazer zapping a ver se descubro algum documentário interessante. Hoje não é o meu dia, mas é um daqueles dias. Levanta-te e anda! Vem junto de nós atirar um frisbie e ve-lo deslizar na verde relva enquanto entoamos cânticos. Não, não me parece. Acabei de accionar o artigo 121º que prevê o direito à nóia!
Pessoas diferentes, motivações diferentes. Isto funciona tão bem no racismo. No fundo, I ‘ m the master o f my domain!


publicado por Gil Nunes às 11:33
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Segunda-feira, 8 de Março de 2010
Contra o orgilho gay. E explico porquê.

 

“A Elisabete é a menina gorda lá da escola. Pesa 100 kg. Mas a gordura não lhe retirou inteligência. Foi a primeira a tirar a carta. A celulite nas pernas faz o corpo balançar nas curvas mas um cinto bem apertado faz milagres. Elisabete não tremeu perante o olhar ameaçador do instrutor. Aprovação na teoria, êxito na prática!
Tenrinha como os nacos do seu corpo, Elisabete ganhou algum protagonismo no seio das suas amigas. Pensava ela não precisar mais de ser gótica como as modas dos Within Temptation. E no sábado lá foram elas à discoteca. A esperança é a última morrer mas a facada dada quando a porta do carro se fechou foi de tal modo violenta que o sangue voltou invisível aos poros da baleia. Os rapazes até a achavam porreira mas preferiam dormir com a Susana, que tem uma cabeça e uma vagina igual a um alguidar de barro. Ou mandar mensagens à Raquel, que tem uns lábios carnudos e uma silhueta nadegal que choca ao som da bateria. Elisabete, tal como todas as noites góticas, ficava apedrejada no seu canto, sorrindo de copo e cigarro na mão enquanto contava os segundos para o regresso a casa e às suas histórias.
O mundo não pode ser injusto. Tinha de ser encontrada uma solução. Elisabete decidiu tornar-se lésbica. E toda a gente, desde os primórdios da primária, lhe dava atenção e carinho. Que corajosa era ao enfrentar males e medos ancestrais. Preconceitos da sociedade. De bombo da festa passou a foco central das fotografias. E conheceu a Madalena. Flash aqui, flash ali, eram convidadas para todas as festas. Tornaram-se confidentes de meio mundo, as amigas predilectas, o telefone atento nas noites de desnorte. A bem ver, só faltava uma peça. A partir daí Elisabete tornou-se feliz para sempre.”
Meus amigos, na minha opinião todas os cuidados são poucos quando nos referimos ao orgulho gay. Porque para mim há muitos homossexuais convertidos que mais não são do que profundos casos de desespero. Por isso, sou totalmente contra o orgulho gay. Mais ainda, sou contra a sua actual visão de que ser gay pode ser “cool”. É uma chancela que não pode existir, porque pode representar um escape, uma fuga a situações de desequilíbrio social. Acreditem, eu saio à noite e deparo-me com situações gritantes. Pessoas que sofrem na calada por causa do seu aspecto físico, de silhuetas assimétricas ou de hipersensibilidade jucosa. Um bocadinho aqui, um comentário acolá e já diz o povo que água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
A criação do orgulho gay, por outro lado, faz com que os homossexuais se auto – discriminem. Por ventura alguém os está a discriminar? Devemos acreditar que não, até porque a homossexualidade é uma orientação conhecida, e não excêntrica, para a maior parte das pessoas. Criar pequenos lobbies – como os bares ou as marchas – origina um preconceito auto – induzido, mesmo que o mesmo seja inconsciente. Ser gay não pode ser um privilégio, um sinónimo de orgulho. Tem de ser algo de natural, respeitável como a orientação sexual de cada um. Sim, eu sou a favor dos casamentos dos homossexuais. Ou melhor é um assunto que me é absolutamente indiferente. A homossexualidade é simplesmente uma orientação sexual, não um modo de vida. Nestas coisas sou como o Saramago em relação à Bíblia, limito-me a ver as coisas como elas são. Mas, como diz o Bruno Aleixo, muita “cautela”. Há muita patologia por esses lados.


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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010
Dissertação sobre o fato e gravata

 

Há uma tendência exacerbada da sociedade portuguesa para usar fato e gravata. Dizem que dá um ar muito profissional, um aspecto muito formal. Para mim a verdade é só uma. O fato e gravata não aumentam o Q.I de ninguém.
No outro dia vi uma cerimónia qualquer da PT na televisão. Estava tudo tão engravatado que eu, se fosse extraterrestre, pensaria ter entrado no balneário de um clube de futebol. Nascemos com noções do bem e do mal. Do justo e do injusto. Do doce e do amargo. Mas não do bem vestido profissionalmente e do farrapo ambulante. São diferenças justas, é certo, até porque falamos de extremos.
Aqueles tipos de fato e gravata fazem-me lembrar os juízes do século passado. Diziam, na época, que aquela cabeleireira carnavalesca era sinal de respeito. De distinção. De pompa e circunstância. Se virem bem, nos filmes, há uma grande diferença no nível de indumentária dos réus e dos juízes. Ainda se os réus estivessem de smoking ainda estava como o outro. Mas não. Parece que saíram duma fossa. Basta os juízes aparecerem de pijama para a coisa já estar composta.
O José Saramago – de quem eu não sou adepto – dizia sobre a Bíblia que não vi lá metáforas nenhumas. Segundo ele limita-se a ler o que lá está. Ora aí está, finalmente aquele tipo disse alguma coisa acertada. É o que eu entendo em relação ao fato e gravata. Eu não acho que seja sinónimo seja do que for. Simplesmente limito-me a ver o que lá está.
Um tipo que fica muito mal de fato e gravata é o Zeinal Bava. Aliás, fará parte do rol de um dos futuros posts, sobre o facto da inteligência, para mim, existir em círculos. O muito inteligente pode estar mesmo ao lado do extremamente estúpido. Sim, porque viver é sentir. Mas aquele tipo ainda por cima tem o irritante tique de puxar o peito para a frente o que, sinceramente, lhe dá um ar de “Professor Pardal” e não de Mr. Vice – Presidente da PT. Aquele tipo não tem um assessor de imagem?


publicado por Gil Nunes às 11:07
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Domingo, 14 de Fevereiro de 2010
Coiote

 

O Coiote é arrumador de automóveis. Aqueles que me são mais próximos sabem que eu sou ligeiramente preconceituoso. “Pronto, lá está ali aquele bimbas a ganhar uns trocos para depois ir para ali dar mais um chuto de coca”. Enfim, por mim tudo bem desde que o Porto ganhe. Mas Coiote tem algo de especial, que me chamou a atenção enquanto passeava com o meu bólide pelo centro de Gaia.
Vestido com um fatinho de ganga à década passada, Coiote “trabalha” num parque de estacionamento municipal. Até ai tudo normal mas o dito cujo anda sempre com uma folha A4 na mão. No outro dia, após estacionar o carro, reparei que tinha o horário de saída de todos os clientes registado. Deste modo pode criar segundas e terceiras filas de forma organizada, ultrapassando a capacidade do parque. Logo fiquei a pensar “este tipo deve ser inteligente”. De forma mais detalhada, vi outro pormenor que me chamou a atenção: o papel era quadriculado, o que traduz desde já uma opção tomada a partir das suas capacidades cognitivas. Outro tipo pegaria num papel qualquer.
No outro dia decidi colocá-lo ainda mais à prova. Para começar ofereci-lhe um cigarro de chocolate, os conhecidos “Black Devil”. E comecei a provoca-lo, para fazer se estava familiarizado com a língua inglesa. “Blaque Dévil”. Disse direitinho. Fiquei espantado e, em português mais coloquial, comecei a fazer-lhe perguntas corriqueiras usando terminologias complicadas. Às perguntas sobre marcas de cigarro falou em “definitivos”, “adocicado” e “saboroso”. E, ao contrário de outros doutores, não se enganou nos tempos verbais. Até nas concordâncias no plural.
Lá caminhei rumo ao meu posto de trabalho, não sem antes pensar no que se tinha passado. Tirei conclusões. De facto, há tipos licenciados que evidenciam estupidez nos pormenores quotidianos. Bem dizia o Pessoa que Cristo não percebia nada de finanças nem tinha biblioteca. Foi com este espírito que o abordei à saída.
“O pá, acho que és um tipo esperto. Devias pensar na tua vida, pois podias fazer outra coisa que não arrumar carros”. Coiote ficou um pouco espantado mas sorriu. Falou-me de vicissitudes da vida, do destino, de circunstâncias que não tinham corrido conforme o previsto. Na curta conversa expliquei-lhe que existe uma série de colectividades nas redondezas, e que lhe poderiam indicar cursos ou actividades que poderia frequentar. Seria um primeiro passo. Coiote pode render mais.
Um dia conhecia um tipo chamado Diogo Luz. Foi Vice-Presidente da Câmara de Gaia. Dizia-me insistentemente “Não podemos ser santos mas sempre que o mundo passar por nós podemos dar-lhe um empurrãozinho”. Acreditem, ele passa imensas vezes por nós, exclamei interiormente no regresso a casa, isto enquanto observava duas sujeitas deleitadas com o seu filmezinho diário.


publicado por Gil Nunes às 23:21
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Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010
O Regresso da Regueifa- Um mundo ideal

 

Hoje regressa a Regueifa. Podia tê-lo feito mais cedo, é certo, mas até os blogues precisam de uma pausa. Ainda bem que tal sucedeu. As energias estão mais retemperadas. Bah, fora com isto de conversas mansas! Não são apanágio deste espaço. A grande questão de hoje prende-se com o facto de sermos todos diferentes uns dos outros. Lembro-me que tive um colega na escola que uma vez se queixou de haver sempre um Pedro em qualquer lado. Pois, a minha questão vai mais ou menos no mesmo sentido, se bem que ligeiramente distorcida.
Devia ser criado um mundo em que toda a gente fosse igual a mim. Os meus gostos, as minhas pancas, tudo o que me diz respeito. É claro que vêm com aquela tanga de que o mundo pintado de forma diferente é que fica colorido. Eu acho que tudo ficaria mais fácil. Para já contribuiria para uma melhor mobilidade planetária, dado que eu adoro viajar. Abolir-se-iam as fronteiras, o fluxo migratório seria mais harmonioso e também o turismo teria imensos benefícios.
É por isso que vos faço o desafio. Aos que não gostam de futebol, comecem a vê-lo de vez em quando. Não é bom gritar golo? Esqueçam lá os fadunchos e as tunas académicas. Bora com Foo Fighters para a frente! O pá, e não tenham muitas preocupações que não vale a pena. Naveguem no vosso lado lunar. Ainda hoje rebocaram-me o carro e sabem que mais. Antes isso que um furúnculo no rabo.
Era fixe que toda a gente apreciasse documentários do Discovery. E visse filmes policiais como quem bebe água. E detestasse ver filmes lamechas, vira – milhistas, que nos adormecem a alma. E deixem lá os cãezinhos e os gatinhos para os vizinhinhos. Brinquem mas é com os miúdos, isso sim vale a pena. Eu estou farto de calcar cocós e rogo pragas a esses bichos, com excepção do meu rafeiro Jimmy.
É claro que também tenho defeitos. Aliás, não me estou a armar aos cágados humildes se disser que tenho muitos defeitos. Eh pá, mas podiam fazer esse esforço. Ficava tudo muito mais bonito, pelo menos para mim. Bem-hajam, Regueifa is back!


publicado por Gil Nunes às 23:48
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Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009
O "Só Visto", a costeleta, o Tiaguinho e o D.José Policarpo

 

O “Só Visto” é como a costeleta de porco. Geralmente só como quando não tenho mais nenhuma alternativa no frigorífico. Sabiam que a elaboração do calendário foi feita tendo em linha de conta os diferentes ângulos de um círculo? Supostamente, então, teríamos apenas 360 dias, o que daria uma nova concepção da hora, dos minutos e dos segundos. Seria tudo diferente, portanto. Mas naquela reunião, em que se discutiu o tempo, levantou-se um fulano que disse. “Porque não acrescentamos mais cinco dias e tornamos tudo mais fácil?” O requerimento foi deferido. São nessas cinco dias do ano que eu como costeleta de porco e vejo o “Só Visto” na RTP.
O “Só Visto” fala das emissões anteriores do “Só Visto”. Que por sua vez falam das emissões anteriores e por aí sucessivamente. Os “Gato Fedorento” argumentam que se trata de um programa destinado a fazer as pessoas chorar. Eu concordo em parte mas acrescento. Para mim o “Só Visto” é o verdadeiro “upgrade” da TVGuia. Pegamos na revista, acrescentamos-lhe um processador mais actual, um gravador de DVD´s, criamos uma página na internet e temos um novo mundo de soluções apresentado por Marta Leite Castro.
Depois, o “Só Visto” tem uma vantagem competitiva em relação a outros programas do género. É que nos outros canais também não há alternativas melhores. Também é domingo, e ficar em frente à televisão sem confraternizar com a família é rude e inadequado. A questão TV cabo não é carta em cima da mesa. O “Só Visto” é o programa indicado para o Tiaguinho, o miúdo anti-social da família, que prefere fingir estar interessado no pequeno ecrã enquanto evita as conversas sobre os estudos e as profissões com os mais graúdos.
Geralmente tem convidados, a quem se pede que abram o coração e partilhem o lado mais íntimo com o grande público. Eu achava que era algo que se poderia fazer num grupo restrito, mas com o “Sò Visto” vemos que não anda meio mundo a enganar a outra metade. Afinal é tudo gente porreira, que só é desviada fruto das circunstâncias.
È a mensagem eucarística do fim-de-semana. Em vez do D. José Policarpo temos a Marta Leite Castro, que acaba por ser uma figura bem mais apelativa. Depois é darmos as mãos, e na tranquilidade do almoço, espreitarmos as emoções e os pulsares de alguém que supostamente teve a coragem de ir à televisão partilhar a sua vida. Who am I? You are the special one!


publicado por Gil Nunes às 12:20
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Segunda-feira, 23 de Novembro de 2009
O entrevistado

 

Hoje vi um tipo na meio da rua. Tudo muito normal não fosse a indumentária. Calças azuis – escuras impecavelmente vincadas, camisa aos quadrados e um pullover ao pescoço, com o nó de marinheiro geometricamente solto no pescoço. Cabelo penteado com risca ao lado e óculos com pouca graduação. Duvido que o tipo precissásse de óculos para fazer fosse o que fosse. Era mesmo só para dar aquele aspecto politicamente correcto de profissional dedicado, que chega a horas ao posto de trabalho e é extremamente afável com os colegas. Poucas dúvidas tenho: o tipo ia a uma entrevista de emprego.
Eu se fosse gestor de recursos humanos das primeiras coisas que fazia era ir a um infantário com uma tela gigantesca, e pedir a um conjunto de miúdos que a pintassem da maneira mais “javarda” possível. Depois colocava o quadro no meu gabinete. Mal entrássem os candidatos eu perguntaria:
“O que pensa deste meu quadro?”
Tenho a certeza que aquele fulano, que eu hoje vi passar,diriaque se tratava de um magnífico exemplar de arte abstracta típico de uma transmissão de mensagem profunda e estado de espírito melancólico por parte do autor. Ou daria uma resposta menos criativa, dizendo que era muito bonito e que ele próprio tinha como principal passatempo a pintura. É claro que se ele me surpreendesse com uma resposta sincera eu estaria disposto a matar o meu estereótipo. A mudança de opinião é sempre permitida!
Quando tudo bate muito certinho, para mim nada bate certo. Naquela pequena fila de trânsito tracei o perfil àquele indivíduo que passou. Penso que ele não foi longe na entrevista de emprego dele. Se eu fosse o recrutador pelo menos já estava com pontos negativos na avaliação.  E eu aposto que aquele tipo não precisava de óculos!
 


publicado por Gil Nunes às 12:19
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Sexta-feira, 20 de Novembro de 2009
A mentalidade "Scolari" do sistema laboral

 

Hoje recebi um mail que confirmou algo que já tinha lido há uns tempos. Os suecos reduziram a carga horária dos seus trabalhadores, deixando mais tempo para que cada um possa desfrutar da sua vida. Porque é disso que se trata: vida. Segundo as novas contas cada sueco trabalha apenas 5,5 horas por dia mas às contas disso a produtividade do país aumentou em 20%.
É uma medida prática e eficiente. Sem mais alongas. Eu acho que no nosso sistema laboral existe muito a mentalidade “Scolari” com os resultados que se sabem. A necessidade de se criar um espírito de família, de superação e de entrega aos valores da empresa acaba por ser um verdadeiro guindaste açambarcador da liberdade. Mas será que o trabalhador já não sabe disso?
Se não sabe, devia saber. Tudo na vida funciona à base do grupo, sendo necessárias as compensações ao outro em caso de falha. Na altura do mérito também o galardão é distribuido por todos aqueles contribuiram. Acho lógico e linear. A mentalidade “scolariana”, para mim, não passa de mais um dos “filmezinhos” da nossa sociedade.
Tenho o direito de escolher aqueles com quem me relaciono. Uma das coisas que mais confusão me faz são os chamados “fins-de-semana da empresa”. Na minha óptica temos o dever de promovermos um relacionamento agradável e cordial com os colegas de trabalho e o direito de escolhermos com quem pretendemos passar tempo. Por isso, os ditos “fins-de-semana” podem ser promovidos, mas a sua adesão facultativa. Mais do que qualquer trabalho ou produtividade, interessa é a felicidade do indivíduo e o aproveitamento da sua vida. Para tal, o desfrute em pleno do tempo livre é, para mim, um direito absolutamente inalienável. Passa o tempo com quem quiser,aproveitando de forma intensa todos os minutos.
Tal como noutras questões, a mentalidade nórdica faz falta a um pais por vezes demasiado emocional. Será que as pessoas são realmente felizes? Eu acho que não. Pugno por uma sociedade mais realizada, com espírito de trabalho responsável e, acima de tudo, com carácter.


publicado por Gil Nunes às 15:00
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